Bryan Fuller, produtor executivo de American Gods, acusado de assédio sexual

O produtor Samuel Wineman acusa o showrunner de abuso e assédio sexual no âmbito da série Queer for Fear. Advogado de Bryan Fuller nega e ameaça um processo de acusação maliciosa.

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Bryan Fuller foi também produtor executivo de Voyager e Deep Space Nine, do universo Star Trek Gage Skidmore, CC BY-SA 2.0

O produtor executivo Bryan Fuller, responsável por séries como Hannibal e American Gods, foi acusado por Samuel Wineman, com quem trabalhou na série documental Queer for Fear, de agressão e assédio sexual. O processo judicial interposto no Tribunal Superior de Los Angeles, esta quarta-feira, abrange também a AMC Networks, a Shudder e a Steakhaus Productions. Samuel Wineman alega que estas teriam conhecimento dos actos e da “propensão” de Fuller para “cometer actos de discriminação, assédio sexual, agressão sexual e retaliação", sem terem tomado quaisquer medidas. O advogado de Fuller, Bryan Freedman, retaliou. “Não haja qualquer dúvida, Sam Wineman será processado por difamação com base em declarações que são, provavelmente, 100% falsas”.

Wineman acusa Fuller, que assumia a posição de produtor executivo (showrunner) na série que documentava o papel dos artistas LGBTQ+ e da comunidade queer na história do cinema de terror, de ter abusado dele várias vezes em 2021, de ter uma obsessão com masturbação “que permeava tudo” o que fazia no trabalho, de criar um ambiente hostil, que incluía “assédio verbal implacável e bullying fortuito”. A queixa inclui, noticia o Hollywood Reporter, “comentários discriminatórios [de Fuller] dirigidos a grupos a que pertencem à equipa e entrevistados, incluindo o queixoso”, e a manifestação frequente de “ódio a todos os homossexuais”. Numa das passagens da acusação, descreve-se que Fuller "pressionou o seu pénis contra as nádegas do queixoso", de forma a que este "o pudesse sentir através do tecido" das calças.

Sam Wineman alega que o seu despedimento precoce, em Agosto de 2021, aconteceu após ter denunciado o comportamento do showrunner da série a Nick Lazo, vice-presidente da Shudder, a plataforma de streaming vídeo por subscrição, alojada na AMC+, onde Queer Horror estreou em Setembro de 2022.

Além de Hannibal e de American Gods, série da Amazon Prime que abandonou abruptamente após a primeira temporada, descontente com o orçamento alocado a cada episódio, foi produtor executivo de Voyager e Deep Space Nine, séries do universo Star Trek – abandonaria uma terceira, Star Trek Discovery, ainda antes da respectiva estreia em 2016.

Da parte da AMC não houve, por agora qualquer comentário. Já o advogado de Fuller, Bryan Freedman, refere a existência de provas documentais que desmentem Wineman. Em declarações à Deadline, acusa o produtor de ter criado “esta história fictícia, muito depois de a sua incompetência grosseira ter exigido o seu afastamento”, com o objectivo de extorquir dinheiro à AMC, à Shudder, à Steakhaus e a Bryan Fuller. Segundo Freedman, Sam Wineman “nunca levantou qualquer alegação de infracção antes do seu afastamento, porque sabia que se tratava de lixo absoluto”. Assegura, portanto, que será interposto em breve um processo de acusação maliciosa contra Wineman.

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