Dias chuvosos ou Verão tardio? A sommelière Diana Peixoto escolhe os vinhos para a mudança de estação

A sommelière do restaurante Pepe Vieira, detentor de duas estrelas Michelin, em Pontevedra, escolhe vinhos para tirar o melhor proveito da mudança de estação.

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Diana Peixoto é sommelière do restaurante Pepe Vieira (Pontevedra), detentor de duas estrelas Michelin
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Cresceu numa casa onde se fazia vinho e não falhava uma vindima na casa dos avós. Contudo, o vinho só entrou a sério na vida de Diana Peixoto quando se viu na equipa do chef estrela Michelin galego Pepe Vieira, há quatro anos. Chegou como empregada de mesa, mas não tardou a dedicar-se a “estudar vinhos a sério”. Encontrou, admite, “Um mundo muito maior do que aquilo que imaginava”.

Tornou-se sommelière em 2021, ano em que o restaurante juntou à lapela uma estrela verde Michelin (no ano seguinte, viria a segunda estrela do Guia Vermelho). A oferta de Vinhos Verdes, essa também evoluiu, de apenas um par de produtores para 15 referências. “Afinal, se sou portuguesa, temos de defender os vinhos portugueses”, assume a vimaranense de 25 anos.

Os vinhos galegos dominam, naturalmente, as atenções no Pepe Vieira, sobretudo para quem vem de fora para descobri-los. Entre a população local, contudo, Diana nota alguma curiosidade pelo que se produz a sul do rio Minho. “Quando percebem que sou portuguesa, deixam-se guiar [por mim]”, conta, apontando o alvarinho como início de conversa. “Como nas Rias Baixas temos o albariño, pedem o alvarinho para provar e perceber as diferenças entre ambos.” Com uma grande vantagem: na Galiza não se coloca a falsa dicotomia verdes versus maduros. “Aqui, graças a Deus, não há essa má ideia!”

O Outono acaba de começar, mas podemos ainda sonhar com uns dias de Verão tardio. Que que vinhos lhe sabem a férias?

Para mim, os vinhos de Verão são vinhos mais frescos, mais leves e fáceis de beber. Proponho o Covela Rosé 2022, um touriga nacional bastante fresco e leve. E o Quinta da Pousada de Fora Arinto 2019, que vem de uma quinta pequenina da zona de Guimarães. O vinho tem esse mesmo estilo que acabo de dizer: fácil, bastante aromático, fresco, refrescante. Sabe a férias.

E para quando vierem os dias chuvosos, que Verdes sugere?

Para dias chuvosos, proponho vinhos um pouco mais estruturados. Dois brancos: o Pequenos Rebentos O Caminho 2021, com barrica, e o Granito Cru 2020, que também é envelhecido em madeira. São mais quentes, sabem mais a Inverno. E apetecem beber mais, também.

Com as chuvas virão também os cogumelos. O que recomenda para acompanhar pratos de cogumelos?

Proponho o Zafirah 2022, de Constantino Ramos. É um tinto, mas um tinto mais subtil, mais elegante, não tem aquela rusticidade típica. Noutro registo, proponho o Phaunus Pét Nat Branco 2022. É feito com loureiro e de arinto. E é espumoso, o que sempre liga bem com tudo.

Depoimento recolhido e editado por João Mestre

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Este artigo foi publicado no n.º 10 da revista Singular.

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