Oprah Winfrey recorda como era comprar roupa com mais de 100kg: “Há estigma”
Apresentadora norte-americana desabafou sobre o quanto o excesso de peso marcou o seu quotidiano, sobretudo no momento de ir às compras. “Sabemos que as pessoas nos tratam de forma diferente”, aponta.
Oprah Winfrey já pesou quase 110kg. Mede 1,69m. E, ao longo dos anos, as suas oscilações de peso foram assunto para a imprensa cor-de-rosa norte-americana: das perdas surpreendentes — recentemente, aos 69 anos, perdeu quase 20 quilos — aos cíclicos ganhos. “Todos sabem que tenho estado nesta jornada durante a maior parte da minha vida. (…) Não sei se existe outra personalidade pública cuja luta pelo peso tenha sido tão explorada como a minha, ao longo dos anos.”
O desabafo da apresentadora de televisão, durante o programa The Life You Want Class: The State of Weight (A aula sobre a vida que deseja: o estado do peso, numa tradução literal), levou-a a recordar momentos em que se sentiu alvo de preconceito devido ao peso. “Este é um mundo que tem envergonhado as pessoas por terem desde sempre excesso de peso. (…) E todos nós que vivemos isso sabemos que as pessoas nos tratam de forma diferente, elas simplesmente o fazem”, prosseguiu.
Foi o que lhe aconteceu, diversas vezes, quando ia às compras de roupa. “É aquela coisa em que as pessoas dizem: ‘Deixe-me mostrar-lhe umas luvas. Quer ver as malas de mão? Porque sabemos que não há aqui nada para si [que lhe sirva]’”, exemplificou. “Há uma censura. Há um estigma.”
Sobre o seu corpo, Oprah lembrou que todos já a viram “fazer dieta, dieta e dieta”, mas que, invariavelmente, o peso volta. “É uma coisa recorrente porque o meu corpo parece querer sempre voltar a um certo peso.”
A apresentadora opinou ainda sobre a última moda no mundo das dietas: a toma de um medicamento para pessoas com diabetes tipo 2 mal controlada, o semaglutido, que é comercializado numa caneta injectável, ou o dulaglutido, quando o primeiro escasseia. Da classe dos chamados agonistas do receptor GLP-1, estes fármacos funcionam imitando as hormonas que regulam a sensação de saciedade, o que faz com que algumas pessoas consigam perder peso com rapidez.
Para Oprah, o medicamento não é uma viabilidade, explicando considerar tratar-se da “saída mais fácil”, o que vai de encontro à sua ideia de ter de “fazer isto sozinha”.
De qualquer das formas, com mais ou menos peso, e depois de se ter sentido “envergonhada” por o que os tablóides escreviam sobre si “todas as semanas, durante 25 anos”, a também actriz questiona: “Não deveríamos todos aceitar melhor o corpo que escolhemos ter?”