UGT e CGTP aplaudem disponibilidade para ir mais longe no salário mínimo

UGT diz que há condições para salário mínimo ficar acima de 810 euros e CGTP quer aumento de pelo menos 15% para todos os trabalhadores.

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Do lado da CGTP, a proposta é que o salário mínimo atinja os 1000 euros ao longo do próximo ano (foto de arquivo) Nuno Ferreira Santos
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A disponibilidade do Governo em ir mais longe no valor do salário mínimo em 2024 é aplaudida pelas duas centrais sindicais, que desafiam as empresas a seguir o exemplo e a darem aumentos acima do previsto no acordo de rendimentos. As negociações bilaterais entre o Governo e os parceiros sociais para o Orçamento do Estado (OE) para 2024 continuam e ainda é cedo para perceber se as metas do acordo de rendimentos serão efectivamente revistas.

Entre a proposta da UGT, que pede que o salário mínimo suba para 830 euros, em vez dos 810 previstos, e a disponibilidade dos patrões para irem mais longe na sua política salarial, o primeiro-ministro, António Costa, vê alguma abertura para se chegar a um consenso.

“Há uma proposta da UGT de que o aumento do salário mínimo no próximo ano seja superior ao que está previsto no acordo, 830 euros. Vi hoje [esta segunda-feira] declarações do engenheiro Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio – que é neste momento quem lidera o conjunto das confederações patronais – a dizer que da parte das confederações patronais há abertura para discutir o aumento do salário mínimo. E, portanto, nós estamos neste momento em diálogo em concertação social", referiu António Costa em entrevista à TVI/CNN, na segunda-feira.

Para Sérgio Monte, dirigente da UGT, “há condições para que o salário mínimo possa subir acima dos 810 euros”.

“Na nossa política reivindicativa propomos que o salário mínimo seja de 830 euros em 2024. O acordo diz que o salário mínimo deve chegar pelo menos aos 900 euros em 2026 e isso significa que podemos acelerar as métricas se houver condições”, afirmou, acrescentando que ainda nesta terça-feira haverá uma reunião bilateral com o Governo para continuar a discutir o OE e as medidas previstas no acordo de rendimentos.

Já discutir a proposta da CIP para um 15.º mês parece posta de lado. “Tal como a medida foi apresentada, está fora de questão negociá-la, mas isso indicia que há condições por parte das empresas para aumentar salários e, se assim é, podem canalizar esse montante para os aumentos salariais em 2024”, acrescentou o dirigente da UGT.

Do lado da CGTP, que não assinou o acordo de rendimentos, a proposta é que o salário mínimo atinja os 1000 euros ao longo do próximo ano e que os restantes salários tenham um aumento de pelo menos 15%.

“Há muito que dizemos que é possível ir muito mais longe no salário mínimo e nos restantes salários. A nossa proposta é de um aumento de pelo menos 15%, não inferior a 150 euros para todos os trabalhadores, em 2024 e esta é a garantia de que daremos passos para retirar os trabalhadores portugueses da pobreza”, disse ao PÚBLICO a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.

A CGTP já se reuniu com o Governo para apresentar as suas propostas para o OE de 2024 no quadro das reuniões bilaterais agendadas com a ministra do Trabalho e outros membros do executivo.

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