Fitch sobe rating de Portugal para “A-”

A agência norte-americana torna-se a segunda a avaliar a dívida soberana portuguesa em “A-”, depois da DBRS. Ministro das Finanças celebra “melhor avaliação” da dívida portuguesa em 12 anos.

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O primeiro-ministro, António Costa, com o ministro das Finanças, Fernando Medina ENRIC VIVES-RUBIO

A agência de notação financeira Fitch subiu esta sexta-feira o rating de Portugal de "BBB+" para "A-" e manteve a perspectiva estável, anunciou em comunicado.

O rating é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito. A agência norte-americana torna-se assim a segunda a avaliar a dívida soberana portuguesa em "A-", depois da DBRS o ter feito em Julho.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, regozijou-se por Portugal conseguir a melhor avaliação de risco da dívida soberana portuguesa em 12 anos, considerando que as avaliações das agências de notação financeira confirmam a importância da estratégia do Governo.

“Portugal consegue a melhor avaliação de risco da sua dívida pública em 12 anos”, escreveu num comunicado, divulgado minutos depois de a Fitch ter anunciado a subida do rating de Portugal. Medina defendeu “a sucessão de avaliações positivas pelas agências de notação de risco confirma a relevância da estratégia de redução de dívida promovida pelo Governo, visando defender a economia”.

Segundo o ministro da tutela, “a recuperação de uma posição entre as economias com menor risco da dívida pública traduz-se em juros mais baixos para as famílias e as empresas portuguesas”.

Fitch destaca "resiliência" do sector bancário

A Fitch justificou a sua decisão com a queda "sustentada" do rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB) e a evolução do saldo orçamental, destacando ainda as perspectivas económicas e a "resiliência" do sector bancário.

A Fitch prevê que o rácio da dívida pública/PIB permaneça numa tendência descendente acentuada, projectando que caia para 104,3% este ano, de 112,4% no final de 2022, e atinja 96,5% em 2025. “O declínio projectado de mais de 38 pontos percentuais do PIB em relação ao máximo relacionado com a pandemia em 2020 é o maior entre os classificados na categoria 'A' de soberanos”, aponta.

A agência salienta ainda que os resultados das finanças públicas para este ano deverão ser melhores do que o previsto no Programa de Estabilidade da Primavera.

Em Abril, a Fitch tinha mantido a notação da dívida soberana portuguesa inalterada, depois de em Outubro do ano passado ter melhorado o rating de Portugal de "BBB" para "BBB+", com perspectiva estável.

A próxima agência que tem previsto pronunciar-se sobre Portugal é a Moody’s, a 19 de Maio.