Governo mais do que duplica número de bolsas de estudo para estudantes dos PALOP e Timor-Leste

O anúncio das novas bolsas de estudo para alunos destes países foi feito pelos ministros da Ciência e dos Negócios Estrangeiros.

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Haverá mais lugares nas universidades para cidadãos oriundos dos países de língua portuguesa Manuel Roberto
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O número de bolsas atribuídas a estudantes do ensino superior dos PALOP e Timor-Leste vai aumentar neste ano lectivo de 64 para 161, anunciaram esta quarta-feira os ministros da Ciência e dos Negócios Estrangeiros, na apresentação do Programa de Bolsas de Estudo.

"Decidimos duplicar o número de novas bolsas de estudo para licenciaturas e mestrados; o contingente de bolsas de estudo deste ano passa de 64 para 161, mais do que duplica, e o contingente de bolsas para formação no ensino superior, no total, aumenta de 220 para 332, já neste ano lectivo", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros na apresentação do Programa de Bolsas de Estudo para Licenciatura, Mestrado e Doutoramento para os estudantes dos PALOP e Timor-Leste, que decorreu em Lisboa, em conjunto com a ministra da Ciência e Ensino Superior.

Esta medida "beneficia do aumento, este ano, de 20 para 40 milhões da verba afecta a programas, projectos e acções de cooperação do instituto Camões, não só para os estudantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), mas também de outros países na América Latina e da África Ocidental e Norte de África", salientou João Gomes Cravinho.

Além de aumentar o número, o Governo disse também que vai aumentar o valor, conforme tinha sido já anunciado pelo primeiro-ministro, em Agosto, à margem da cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

"Vamos reforçar o montante das bolsas individuais atribuídas por bolseiro, na ordem dos 30%, válido para todos os bolseiros a frequentar licenciaturas, mestrados e doutoramentos já neste ano lectivo, o que permitirá, em particular, fazer face à inflação, conferindo a estes estudantes deslocados dos seus países de origem, sem base de apoio familiar em Portugal, um apoio indispensável para prosseguirem os seus estados", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O governante apontou que, para o Estado, "isto significa mais do que a duplicação da despesa anual, que passa de 1,6 milhões, no último ano lectivo, para mais de 3,7 milhões de euros este ano".

Ao longo dos últimos quatro anos, a despesa com as 440 bolsas atribuídas atingiu o total de 19,4 milhões de euros, concluiu.

Antes, já a ministra da Ciência e Ensino Superior tinha afirmado, na abertura da cerimónia, que o reforço do número e do valor das bolsas "representa não só o reforço da cooperação", mas também o reforço das qualificações" dos estudantes lusófonos.

"Vamos reforçar o número de mulheres bolseiras, definido a observação da igualdade de género na atribuição do número de bolsas, e vamos criar uma rede de antigos bolseiros, que integre profissionais e investigadores científicos, para criar uma bolsa de mentores para ajudar os estudantes mais novos", anunciou ainda Elvira Fortunato.

Na cerimónia, Gomes Cravinho respondeu ainda a algumas críticas sobre as dificuldades na obtenção de vistos de estudo, salientando que esse tema será prioritário.

"Estamos a dar prioridade aos vistos de estudo, que têm sido factor de complicação para os jovens; temos de dar uma resposta célere nos postos consulares para estudantes e é isso que temos vindo a fazer; até 25 de Setembro foram emitidos 8.848 vistos de estudo para os PALOP e Timor-Leste, o que representa um aumento de 80% face ao ano anterior, e comparativamente com 2019, antes da pandemia, foram emitidos quatro vezes mais, portanto o problema está em vias de ser resolvido", concluiu.