DGArtes: Concurso para representar Portugal em Veneza abre com um mês de atraso
Marta Mestre, Mónica de Miranda e Sandra Guimarães são as curadores escolhidas para apresentação de propostas, que deverão ter como tema “Estrangeiros em Todos os Lugares”.
O concurso limitado para decidir quem vai representar Portugal na Bienal de Arte de Veneza de 2024 abriu nesta segunda-feira, com quase um mês de atraso, tendo sido convidadas a apresentar propostas Marta Mestre, Mónica de Miranda e Sandra Guimarães.
Em comunicado, a Direcção-Geral das Artes (DGArtes) lembra que a escolha das curadoras a convidar foi feita por uma comissão composta por Philippe Vergne, em representação da Fundação de Serralves, João Pinharanda, em representação Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), Emílio Rui Vilar, em representação da Fundação Caixa Geral de Depósitos - Culturgest, Luísa Santos, em representação da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA), e por Margarida Mendes, por proposta da DGArtes.
Marta Mestre é curadora-geral do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, em Guimarães, depois de já ter trabalhado como curadora no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, também no Brasil, entre outros.
A artista e investigadora Mónica de Miranda foi nomeada para o prémio Novos Artistas, em 2019, e para o prémio Novo Banco Photo, três anos antes, sendo uma das fundadoras do projecto Hangar, em Lisboa.
Com mais de 20 anos à frente de projectos artísticos, Sandra Guimarães, além da sua actual direcção artística no Bombas Gens Centre d'Art, em Valência, Espanha, tem sido curadora de museus como o de Serralves, no Porto (1998-2010), e o Remai Modern, no Canadá (2015-2019).
A comissão que vai decidir qual o projecto que vai representar Portugal vai agora ser constituída pelo técnico superior da DGArtes Paulo Carretas, que coordena, e pelos especialistas Ana Balona de Oliveira, André Tecedeiro e João Mourão.
Os projectos a candidatar devem estar relacionados com o tema Estrangeiros em Todos os Lugares, definido pelo curador da Bienal de Veneza, o brasileiro Adriano Pedrosa, e o presidente da bienal, Roberto Cicutto. A 60.ª Exposição Internacional de Arte de Veneza terá como protagonistas artistas imigrantes e diaspóricos, expatriados e refugiados, como foi anunciado em Junho.
"As propostas candidatas deverão ainda ter em conta objectivos como a dinamização da internacionalização das artes e da cultura portuguesa através da cooperação com outros países; a valorização da dimensão educativa e da sensibilização para a cultura através de boas práticas de mediação de públicos; a sustentabilidade ambiental e a implementação de boas práticas ecológicas; o fomento da pesquisa e experimentação artísticas como práticas inovadoras do desenvolvimento e do conhecimento; a promoção da acessibilidade física, social e intelectual de todos os profissionais envolvidos nos projectos artísticos e dos respectivos públicos", pode ler-se no comunicado da DGArtes.
A abertura do concurso foi também publicada em Diário da República, num aviso com data de dia 21 de Setembro e assinado pelo director-geral das Artes, Américo Rodrigues, que indica que o despacho do ministro da Cultura sobre o concurso foi emitido no dia 19 deste mês.
De acordo com a declaração anual da DGArtes para este ano, o concurso para a 60.ª edição da Bienal de Arte de Veneza devia ter aberto até Agosto.
A distribuição do montante total prevê 240 mil euros para este ano e 145 mil em 2024.
Em 2022, Portugal foi representado em Veneza por Pedro Neves Marques, com o projecto Vampires in Space, apresentado pelos curadores João Mourão e Luís Silva.