A verdade de Roth e Zuckerman. Que verdade?

O segundo romance da série Zuckerman tem agora tradução em Portugal e traz-nos uma das maiores jogadas literárias de Philip Roth ao longo da sua vasta obra: a da relação entre real e ficção.

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Philip Roth num “romance autobiográfico sobre como é escrever romances autobiográficos” Bettmann Archive/GETTY IMAGES
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A publicação em Portugal de um dos romances de referência de Philip Roth – não um dos que costumam integrar a lista dos imperdíveis, mas que desempenha um papel importante no percurso do escritor – surge mais de 40 anos depois da edição original e é impossível de dissociar o modo como o lemos hoje de tudo o que até agora se escreveu, se disse, se sabe acerca da obra e da biografia de Philip Roth. Ou seja, a leitura desse livro hoje é necessariamente feita à luz do que seria o futuro do escritor, um dos mais reverenciados, polémicos, globais, inovadores, influentes nomes da literatura nas últimas décadas. Nele, Philip Roth (1933-2018) impõe-se como quem impõe o reflexo da sua consciência num espelho por ele manipulado, apostando no subterfúgio de um outro eu, que o tempo havia de consolidar enquanto uma das personalidades alternativas mais marcantes da ficção no século XX.

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