TAP: Marcelo sem objecções de princípio a eventual privatização total

Questionado sobre se tem alguma objecção a uma privatização total da TAP, Marcelo declarou: “Se for economicamente, financeiramente, do ponto de vista português, a melhor solução, é a melhor solução.”

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Marcelo Rebelo de Sousa prestou as declarações durante a visita a Nova Iorque Nuno Veiga/Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou esta quinta-feira não ter, por princípio, objecções a uma eventual privatização total da TAP, se for “a melhor solução” em termos económicos e financeiros e dependendo das condições.

Questionado pelos jornalistas sobre essa hipótese, admitida na terça-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, o chefe de Estado respondeu: “Eu percebi que era uma hipótese aberta pelo Governo, quer dizer, que podia ir até à privatização total.”

“Também percebi o que já tinha dito várias vezes, que há mais interessados do que se pensava, o que quer dizer que é um negócio interessante. Não são apenas os clássicos, mas são outros. É bom sinal”, considerou.

Interrogado se tem ou não alguma objecção a uma eventual privatização total da TAP, Marcelo Rebelo de Sousa declarou: “Se for economicamente, financeiramente, do ponto de vista português, a melhor solução, é a melhor solução.” “Dir-se-á: mas o Estado deve ter instrumentos de intervenção. É possível haver privatização com instrumentos de intervenção. Portanto, depende das condições da privatização”, acrescentou.

Segundo o Presidente da República, “qualquer Estado tem o cuidado de garantir condições mínimas de acompanhamento e de controlo”, mas interrogou: “Isso é compatível com a privatização integral? Pode ser ou não ser. Veremos as condições.”

Na terça-feira, no parlamento, o primeiro-ministro colocou a hipótese, entre diferentes cenários, de se privatizar a totalidade do capital da TAP, apesar de indicar que o montante ainda não foi definido e irá depender do parceiro escolhido.

“Não vamos vender a um qualquer privado. Só iremos privatizar e vender parte, ou a totalidade do capital, tendo em conta a defesa dos interesses da companhia, de Portugal e dos portugueses”, disse António Costa, em resposta ao Bloco de Esquerda, durante o debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo partido Chega.

Marcelo Rebelo de Sousa falou aos jornalistas numa loja portuguesa de enlatados que abriu recentemente em Times Square, que apontou como “um exemplo do que Portugal tem sido ao longo dos anos, que é o gosto do risco”.

O chefe de Estado chegou no domingo à noite aos Estados Unidos da América, para participar no debate geral da 78.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e regressará a Portugal na sexta-feira à noite.