Giorgio Napolitano, Presidente italiano durante dois mandatos consecutivos (2006-2015), morreu esta sexta-feira aos 98 anos no hospital Spallanzani de Roma, onde estava internado há vários dias, noticiou a imprensa italiana.

Nascido em Nápoles a 29 de Junho de 1925, Napolitano foi o primeiro Presidente da República italiana a ser reeleito para um segundo mandato. Contudo, acabou por se demitir em 2015.

Antes de ocupar o cargo de Presidente, Giorgio Napolitano foi presidente da Câmara de Deputados (a câmara baixa do parlamento italiano), ministro do Interior, eurodeputado e senador.

Militante do Partido Comunista (PCI), tornou-se em 2006 o primeiro Presidente da República originário dessa formação política, e, desde então, encarregou de formar Governo a cinco primeiros-ministros: Romano Prodi (2006-2008), Silvio Berlusconi (2008-2011), Mario Monti (2011-2013), Enrico Letta (2013-2014) e Matteo Renzi (2014-2016).

Em 2013, aos 88 anos, fez história como o chefe de Estado mais velho da Europa e o primeiro a cumprir um segundo mandato em Itália, por incapacidade das formações políticas para encontrar um sucessor, o que se repetiu depois com o actual Presidente do país, Sergio Mattarella.

Espera-se, como estipula o protocolo, um grande funeral de Estado, como o organizado para o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, em Junho, embora nesse caso se tenha tratado de uma circunstância excepcional, uma vez que o magnata nunca ocupou o cargo de Presidente da República.

Napolitano como "farol de estabilidade"

O Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, já enviou ao homólogo italiano uma mensagem de "sentidas condolências" pela morte de Giorgio Napolitano.

"O antigo Chefe de Estado de Itália distinguiu-se como farol de estabilidade, tendo desempenhado um papel crucial em momentos difíceis da política italiana e europeia, guiando-se firmemente pelos valores democráticos", escreveu Marcelo Rebelo de Sousa numa nota oficial.

Para o chefe de Estado português, Giorgio Napolitano será recordado, "em Portugal e na Europa, como um verdadeiro estadista e um importante europeísta, que dedicou a sua vida à Itália e à Europa".