Sabato De Sarno estreou-se na Gucci, em Milão, com um regresso ao elegante minimalismo

O novo director criativo apostou no glamour da casa de moda de Florença, sem arriscar demasiado, para uma transição suave. Foi aposta ganha: as acções da Kering já começaram a subir.

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A primeira colecção de Sabato de Sarno para a Gucci Reuters/CLAUDIA GRECO
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A primeira colecção de Sabato de Sarno para a Gucci Reuters/ALESSANDRO GAROFALO
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A primeira colecção de Sabato de Sarno para a Gucci Reuters/CLAUDIA GRECO
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O criador Sabato De Sarno Reuters/ALESSANDRO GAROFALO
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Muitos fãs de moda ainda choram a partida de Alessandro Michele da Gucci, mas o reinado já é de Sabato De Sarno. O novo director criativo acaba de se estrear na Semana da Moda de Milão. Foi um regresso à essência elegante da Gucci, minimalista e sem grandes choques, para uma transição suave. É certo que sem a espectacularidade de Michele, mas com o glamour que caracteriza a moda italiana. Uma estreia que se espera ser tábua de salvação para a marca estrela da Kering.

É um recomeço para casa de moda de Florença e serve de ponto de partida para o que será o trabalho de Sabato De Sarno. O desfile começou timidamente, com coordenados minimalistas em todos os sentidos, não só na estética, como no tamanho, com microcalções a destacarem-se entre a escuridão da passerelle.

Muito esperado, o desfile ficou marcado por contratempos com a meteorologia, levando a que a marca mudasse subitamente de localização na véspera. A apresentação devia ter acontecido no meio da azáfama da Semana da Moda, nas ruas do bairro de Brera, mas acabou por se realizar na sede da marca em Milão

Menos atraente como cenário, a passerelle negra cumpriu o propósito de deixar brilhar a colecção De Sarno. Brilhar literalmente, já que as peças em pedraria foram um dos destaques da proposta, que foi sendo apresentada num crescendo de cor e brilhos. Invariavelmente, as silhuetas mantiveram-se reduzidas, com decotes pronunciados para o próximo Verão.

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ALESSANDRO GAROFALO/Reuters

Apesar da estética minimalista e com um toque desportivo, Sabato De Sarno surpreendeu na manipulação dos têxteis, sobretudo com os vinis, usados em saias, mas também em peças de corpo inteiro com o monograma da marca inscrito. Claro, o criador não deixou de parte a identidade estética do monograma dos duplos “G”, mas não se deixou ficar apenas à sombra dessa fórmula feita.

Nos acessórios, não arriscou e recorreu sobretudo à icónica mala Jackie para completar os coordenados. Nos pés, os loafers clássicos, que ganharam uma vistosa plataforma, bem como saltos adornados com franjas cintilantes. Sim, as franjas também foram uma constante neste desfile, tal como na Prada ou na Tom Ford, tornando-se uma tendência clara do próximo Verão.

Sem grandes alaridos, Sabato De Sarno marcou uma posição daquilo que será o seu “reinado” na Gucci. O desfile é um momento fundamental para criar “zunzum” sobre a marca e alimentar as vendas, ainda que a colecção só chegue às lojas no próximo ano. “A Gucci é a oportunidade de nos apaixonarmos pela moda, novamente”, escreveu o criador no Instagram, dias antes do desfile, usando a palavra Ancora — novamente em italiano — que também serve de mote para a colecção.

A marca usou “Ancora” como elemento de promoção desta colecção e cobriu edifícios em Nova Iorque, Chengdu (China), Banguecoque e Londres com cartazes enormes escritos a branco num fundo cor de vinho — uma das cores predominantes da proposta.

"O clímax não é para já"

Ainda que as primeiras colecções de um director criativo possam não ser consensuais e isso não se traduza de imediato em sucesso comercial, têm quase sempre “impacto nos investidores”, sobretudo depois de perceberem que De Sarno pode ser um ponto de viragem na estética da marca, observa o analista Antoine Belge, do BNP Paribas, citado pela Reuters.

“O clímax não é para já — muitas vezes só acontece depois do segundo ou terceiro desfile, que são mais importantes”, reconheceu o presidente da Kering, Francois-Henri Pinault, que falava aos jornalistas antes do desfile. Depois cumprimentou o actor Ryan Gosling, sentado na primeira fila, tal como Anna Wintour, Kendall Jenner, Julia Roberts, ou Chiara Ferragni, que agora faz parte da direcção da Camera Nazionale della Moda Italiana, organizadora da Semana da Moda de Milão.

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Sabato De Sarno ALESSANDRO GAROFALO/Reuters

Nos últimos anos, depois de um pico de vendas e de se ter tornado um exemplo de sucesso, as vendas da Gucci estagnaram no pós-pandemia de covid-19. Em Novembro de 2022, a crise terá levado à saída do director criativo Alessandro Michele, que se notabilizou por uma revolta na etiqueta, abrindo portas à moda sem género e mais arriscada.

Agora, acredita-se, o grupo procura voltar à segurança, com colecções mais intemporais. Para já, a estratégia parece estar a resultar, já que as acções da Kering subiram 1,5% depois do desfile.

Em breve, há mais mudanças: está de partida o CEO Marco Bizzarri, que será substituído por Jean-Francois Palus, durante um período de transição. Falta anunciar quem será o substituto permanente para conduzir os destinos da Gucci.

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