Luís Montenegro desvaloriza moção que afirma juntar António Costa e André Ventura

O líder do PSD disse ainda que “o futuro de Portugal não depende do debate de hoje na Assembleia da República”, mas sim das “soluções para os problemas reais” do país.

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O líder do PSD esteve em Abrantes no âmbito da iniciativa Sentir Portugal em Santarém LUSA/PAULO CUNHA

O líder social-democrata, Luís Montenegro, desvalorizou nesta terça-feira a moção de censura ao Governo, afirmando que está a preparar um projecto de esperança para o país, enquanto PS e Chega se juntam "no amor ao combate ao PSD".

"Quem está interessado no debate é o casal de namorados da política portuguesa, que é o doutor António Costa e o doutor André Ventura, que hoje estão unidos no propósito de darem um beijinho um ao outro e o mesmo significa atacarem o PSD, portanto, juntarem-se no amor ao combate ao PSD e, de permeio, vão dando uns arrufozinhos", afirmou.

O líder do PSD disse ainda que "o futuro de Portugal não depende do debate de hoje na Assembleia da República", mas sim das "soluções para os problemas reais" do país.

"O que quero dizer aos portugueses é que enquanto eles perdem tempo a debater dentro de quatro paredes assuntos recorrentes, independentemente da sua importância, eu estou na rua, no terreno, a falar com as pessoas, a ouvi-las, e a preparar um projecto de futuro e de esperança para Portugal", vincou.

Montenegro falava aos jornalistas à entrada da escola secundária Solano de Abreu, em Abrantes, no âmbito da iniciativa Sentir Portugal, que esta semana decorre no distrito de Santarém e que inclui contactos com a população, visitas a empresas e instituições públicas e privadas ou do sector social, entre outras.

"Não estamos favoráveis a esta iniciativa parlamentar, mas não vamos dar uma ideia errada aos eleitores portugueses de que, de alguma maneira, temos alguma espécie de apoio político ao Governo, porque nós censuramos o Governo, só que fazemo-lo todos os dias, não fazemos com números políticos parlamentares", disse Luís Montenegro.

O presidente do PSD voltou a responsabilizar o Governo pelos "quase 100 mil alunos" sem professor pelo menos a uma disciplina, alegando que a falta de docentes no país tem-se agravado anualmente.

O Parlamento debate hoje uma moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega, a terceira que o executivo enfrenta nesta legislatura, e que tem chumbo garantido devido ao voto contra da maioria absoluta do PS.

Além do PS, PCP e Bloco já anunciaram antecipadamente que vão votar contra a iniciativa, ao passo que o PSD se irá abster, isolando o Chega e a Iniciativa Liberal no voto favorável, tendo Luís Montenegro afirmado que o debate só interessa ao Chega e ao PS para "atacarem" o PSD.

Questionado sobre a situação do secretário-geral do Ministério da Defesa Nacional, que continua em funções depois de ter sido constituído arguido em Agosto para ser investigado num processo autónomo ao caso Tempestade Perfeita, Luís Montenegro disse que João Ribeiro deveria ter sido suspenso e que cabe ao Governo dar explicações.

"É mais um exemplo, no caso o secretário-geral do Ministério da Defesa, que se manteve em funções já depois de ser constituído arguido", observou o líder do PSD.

Para Montenegro, "cabe à ministra da Defesa e ao primeiro-ministro dar nota do porquê de ele não ter sido afastado", afirmando esperar que António Costa "tenha ocasião para o fazer" hoje, "no debate no Parlamento".