Quando o líder de uma corrida de ciclismo por etapas cruza a meta erguido na bicicleta, de braço nos ombros de dois colegas, um de cada lado, é porque uma vitória grande está prestes a ser confirmada.

Neste sábado, foi assim que Sepp Kuss, ladeado por Jonas Vingegaard e Primoz Roglic, terminou a etapa 20 da Volta a Espanha, despreocupado com o que se passava adiante, numa luta inócua entre os rivais por um lugar secundário na etapa.

A vitória de Kuss só será confirmada no domingo, que ainda há uma etapa para correr, mas, sem azares nem cenários imprevisíveis, o neerlandês vai vencer pela primeira vez numa “grande volta”.

Parte dos sorrisos e dos agradecimentos já estão a ser feitos, os restantes ficam para domingo.

Quanto à etapa, há pouco a contar. Foi um dia globalmente calmo, com uma fuga a formar-se cedo e a ganhar uma vantagem confortável. Um dos aventureiros era Remco Evenepoel, pelo que estava definido o favorito ao triunfo na meta.

O problema para o belga é que Wout Poels “acordou” para os grandes triunfos aos 35 anos. Começou a correr profissionalmente aos 19 anos, mas só em 2023 venceu em “grandes voltas”, já com 35.

Poels escreveu mais uma página relevante no seu “livro” de 2023, com um triunfo neste sábado, precisamente dois meses depois de ter vencido pela primeira vez na Volta a França.

Depois de anos e anos como domestique, nunca importado por trabalhar para os demais, o experiente ciclista neerlandês tem tido a possibilidade de correr por conta própria em alguns momentos na temporada, misturando o trabalho para os seus líderes com algumas aventuras individuais em etapas.

O ciclista da Bahrain bateu Evenepoel ao sprint, vencendo por escassos milímetros depois de ter sido o primeiro dos fugitivos a lançar o ataque. Rui Costa, que estava na fuga inicial, foi sexto.

Para este domingo está desenhada uma etapa plana, de consagração de Kuss e, provavelmente, final em sprint.