É já no dia 16, sábado, que se assinala o Dia Internacional da Limpeza Costeira — mas, este ano, o desafio não passa apenas por limpar as praias. É preciso ser criativo também. Afinal, a melhor obra de arte criada com lixo pode valer 100 euros (a usar numa loja de desperdício zero ou para doar a uma ONG).
O The Trash Art Awards, “desafio de arte com lixo comunitário”, como se pode ler no site da organização, decorre entre os dias 16 e 24 de Setembro e desafia os participantes a apanhar lixo, criar uma obra de arte bidimensional, tirar uma fotografia e colocar nas redes sociais e no formulário de participação — as regras estão todas no site. Depois, só é preciso contar uma história sobre a peça e esperar pelos resultados.
Apesar de haver prémios, a organização reforça que não criou este projecto para competir, porque “todos são vencedores para o oceano, para o planeta”. Portanto, o que está em jogo, neste caso, é um troféu criado com plásticos do mar (que se pretende que passe, de ano para ano, para o vencedor). Os três primeiros lugares recebem ainda 100, 30 e 15 euros, respectivamente. No entanto, este montante só pode ser usado de duas formas: numa loja de desperdício zero ou como doação a uma ONG, ambas à escolha do vencedor.
Já estão confirmadas obras de arte de, pelo menos 29 países diferentes, mas é possível que o número ainda seja actualizado.
Para além dos The Trash Art Awards, estão a ser preparados outros eventos — e todos relacionados com a limpeza. Para já, estão marcadas três acções de limpeza: uma no dia 16 de Setembro às 16h30 e outra no dia 17 às 14h30, ambas na Costa da Caparica, e no dia 20 de Setembro, às 18h, em Algés.
Estas iniciativas estão a ser organizadas pelo The Trash Traveler, projecto do biólogo alemão Andreas Noe, que vive em Portugal desde 2018, e é um apaixonado confesso pelas praias e pelo surf. Contudo, o lixo que encontrou não o deixou indiferente e foi aí que nasceu o projecto.
Ao longo dos quatro anos do The Trash Traveler, juntaram-se a Andreas mais de 5000 pessoas, que conseguiram recolher seis toneladas de plástico e dois milhões de beatas da costa portuguesa.
Texto editado por Inês Chaíça