Antes de Portugal, galeses sobrevivem ao espectáculo de Fiji

Em Bordéus, assistiu-se ao melhor jogo até ao momento no Campeonato do Mundo de râguebi. Culpa dos fijianos.

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País de Gales e Fiji protagonizaram o melhor jogo até ao momento no Mundial de râguebi World Rugby
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De um lado estava o primeiro adversário de Portugal no Mundial 2023 (País de Gales), do outro o último na fase de grupos (Fiji). No final, assistiu-se ao melhor jogo até ao momento no Campeonato do Mundo de râguebi. Culpa dos fijianos. Com uma equipa muito acima do que se viu nas duas últimas edições da competição, a selecção do Pacífico deu espectáculo em Bordéus, mas voltou a pecar por cometer erros técnicos e deparou-se com uma defesa galesa de altíssimo nível. No final, a vitória do País de Gales (32-26) dá ao adversário dos “lobos”, no próximo sábado, uma importante injecção de confiança.

Um dos melhores jogos da história dos Mundiais de râguebi aconteceu em 2007, quando, em Nantes, Fiji derrotou o País de Gales, por 38-34, e, dessa forma, afastou os britânicos dos quartos-de-final, garantindo o apuramento a par da Austrália.

Dezasseis anos depois, num grupo onde voltam a estar os australianos, fijianos e galeses reencontraram-se um pouco mais a Sul (Bordéus) num Campeonato do Mundo e a segunda vitória da história de Fiji sobre o País de Gales esteve muito perto. Porém, liderados – fosse a atacar ou a defender – por Dan Biggar, os britânicos resistiram a defender (acabaram o jogo com o impressionante número de 243 placagens) e foram mais eficazes a atacar.

Desta forma, numa partida emocionante até ao último segundo e que terminou com oito ensaios (quatro para Gales, quatro para Fiji), a equipa comandada por Warren Gatland sacudiu a pressão dos maus resultados no último ano, mas a selecção do Pacífico, que somou dois pontos (bónus ofensivo e defensivo), mostrou que pode derrotar a Austrália e lutar pelos quartos-de-final.

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Pragmatismo dos campeões

Num grupo em que três das cinco equipas ocupam o top-5 do ranking mundial - Irlanda (1.º), África do Sul (2.º) e Escócia (5.º) -, a expectativa antes do duelo entre sul-africanos e escoceses, em Marselha, era grande. E o que se passou no Vélodrome foi o que se esperava: com o seu râguebi pragmático e quase sempre pouco atractivo, os "springboks" iniciaram a defesa do título conquistado em 2019 sem espectáculo, mas com uma vitória.

No entanto, a Escócia vendeu cara a derrota. Mesmo não conseguindo fugir ao domínio territorial sul-africano, os escoceses, com a bravura habitual, defenderam sempre muito bem - Finn Russell esteve em destaque – e, durante 40 minutos, travaram os campeões do mundo: na primeira parte, através de duas penalidades de Manie Libbok, os "springboks" conseguiram pontuar.

Com uma curta vantagem de 6-3, a África do Sul voltou para o segundo tempo com mais intensidade e, em dez minutos, praticamente sentenciou a partida, com um ensaio de Pieter-Steph Du Toit e de Kurt-Lee Arendse – no segundo, Libbok fez uma extraordinária assistência ao pé.

A partir daí, a África do Sul passou a gerir a partida, mantendo sempre o jogo fechado e não permitindo que a Escócia tivesse grandes oportunidades de se aproximar da área de 22 metros.

Com esta vitória, por 18-3, a África do Sul passa a pressão para o lado dos europeus – irlandeses e escoceses –, fica com um pé e meio nos quartos-de-final e, dentro de uma semana, em Bordéus, aproveitará o confronto com a Roménia para gerir a equipa e colocar em campo as habituais segundas opções.

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Chile trava no amarelo

Num Grupo D onde Inglaterra, Argentina e Samoa estão num patamar acima, o Japão – que está longe do nível de 2019 – apadrinhou a estreia do Chile em Campeonatos do Mundo e os chilenos travaram no amarelo.

Com a habitual entrega das selecções sul-americanas, os “condores” viram dois cartões amarelos na primeira parte – exclusão de dez minutos -, e, por isso, jogaram metade dos 40 minutos iniciais em inferioridade numérica. Essa vantagem foi aproveitada pelos nipónicos, que nesse período conquistaram uma margem de segurança confortável: 21-7.

Na segunda parte, os chilenos ainda tentaram recuperar e reduziram para 21-12, mas a melhor preparação do Japão traduziu-se em dois ensaios nos últimos dez minutos, que colocaram o marcador final num exagerado 42-12.

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