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Lobo Xavier popstar foi ao Campus da Liberdade dizer ao PSD para mudar de estratégia

“Ir para a rua” dizer que se quer ser governo e apresentar como solução “baixar os impostos” não é suficiente, defendeu o conselheiro de Estado.

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António Lobo Xavier falou de fiscalidade no Campus +Liberdade
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António Lobo Xavier falou de fiscalidade no Campus +Liberdade DR/Marilia Jacobson
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António Lobo Xavier foi esta sexta-feira ao Campus da Liberdade falar com jovens sobre fiscalidade e, durante uma hora, mais de uma centena de jovens ficaram sentadinhos a ouvi-lo sobre o assunto. Apesar de monotemática, a intervenção serviu para deixar um recado ao líder da oposição: anunciar a descida de impostos não é grande fórmula para se chegar ao governo. No fim, qual popstar da fiscalidade, teve direito a fila para fotografias.

Para o histórico militante do CDS, “ir para a rua” dizer que se quer ser governo e apresentar como solução “baixar os impostos” não é suficiente. Falta o “resto da equação”. Apesar de o não ter dito directamente, Lobo Xavier defendia que o eleitorado para quem o líder do PSD dirige a sua actual mensagem é pequeno e que, por isso, dele não colherá grandes frutos.

“Se quero ganhar as eleições, não posso dirigir-me a estas pessoas [eleitorado total] dizendo que vou baixar os impostos a um milhão e 200 pessoas”, disse. “Há mais 8 milhões e 800 mil para quem este discurso não faz sentido”, acrescentou.

Segundo o conselheiro de Estado, quem escolheu este Governo fê-lo por “medo da falha da sua protecção social”. “Os três milhões e meio de pensionistas e o milhão e meio de funcionários públicos olham com pânico para as eleições e encolhem-se. Mas estão enganados: precisam é que alguém lhes explique com algum carisma”, afiou.

O PSD tem focado a sua mensagem política na descida de impostos, tendo o seu líder, Luís Montenegro, apresentado na Festa do Pontal um pacote com cinco medidas para esse efeito.

Cumprimentos para mães

Lobo Xavier interveio sobre os “mitos e erros do sistema fiscal português”, apontando maioritariamente críticas à visão da esquerda sobre o assunto. Mas nem por isso deixou de fazê-lo também à direita, defendendo ser errada a ideia de que uma menor tributação às empresas e pessoas levará a uma explosão de investimento. “Quando coordenei a reforma do IRC em 2014, gostava de ter chegado a essa conclusão”, lamentou.

Questionado por um rapaz sobre o seu posicionamento acerca do imposto sucessório, respondeu o antigo deputado do CDS-PP que “estamos bem assim” e que a criação desse imposto levantaria “problemas”.

No fim da intervenção, uma dezena de jovens esperava-o, formando-se uma pequena fila para fotografias. Alegre e com sorriso de estrela, ficou a saber que a mãe de uma daquelas jovens havia sido sua aluna em Coimbra. Para esta mãe foram os seus cumprimentos e para a porta da saída os seus pés.

O Campus da Liberdade 2023, que começou na passada quinta-feira, em Fátima, é a terceira edição da universidade de Verão do Instituto +Liberdade. Diz-se “um evento orientado para jovens, que pretende fomentar o pensamento crítico, a participação cívica e o trabalho de equipa”. Este sábado intervirão Carlos Moedas, Luís Marques Mendes, Maria Luís Albuquerque, Francisco Assis e Miguel Poiares Maduro.

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