Keyla Brasil, que invadiu palco contra transfake, hospitalizada na Tailândia

Estado de saúde da artista e activista trans agravou-se depois de uma cirurgia de redesignação sexual, realizada na Tailândia.

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Keyla Brasil em desfile, no Carnaval, pelo bloco Colombina Clandestina Nuno Ferreira Santos
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A artista Keyla Brasil foi hospitalizada, nesta quinta-feira,​ na Tailândia, onde realizou uma cirurgia de afirmação de género (também conhecida por cirurgia de redesignação sexual), depois de ter sofrido complicações no pós-operatório.

De acordo com um comunicado da Opus Diversidades, publicado nas redes sociais, Keyla Brasil foi operada na Pratunam Polyclinic, onde se encontrava em recuperação. Na tarde desta quinta-feira sentiu-se mal e acabou por ser transferida para uma unidade do serviço nacional de saúde tailandês.

Inicialmente foi avançado que a activista teria sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) isquémico, que "afectou significativamente a sua saúde cerebral”, e que estaria em "estado extremamente grave”, mas os detalhes sobre a sua condição não foram ainda confirmados pelos médicos tailandeses que a acompanham, afirmou Hélder Bértolo, presidente da Opus Diversidades, em declarações ao PÚBLICO.

O AVC isquémico é o mais comum (em comparação ao AVC hemorrágico) e ocorre quando há um bloqueio do fluxo de sangue no cérebro, podendo provocar lesões cerebrais.

Keyla Brasil viajou para a Tailândia a 23 de Agosto, tendo, quatro dias depois, partilhado com os seus seguidores que a cirurgia tinha sido um sucesso: “O médico disse que foi um dos melhores resultados que ele fez nos últimos anos, ficou perfeita”, escreveu no Instagram.

Na publicação, a artista dava conta de que deveria ter alta daí a dois dias, mas, de acordo com o noticiado nesta sexta-feira, manteve-se na clínica por mais tempo.

A actriz brasileira ganhou notoriedade quando, em Janeiro deste ano, invadiu o palco do Teatro São Luiz, em Lisboa, durante o espectáculo Tudo Sobre a Minha Mãe, encenado por Daniel Gorjão a partir do filme homónimo de Pedro Almodóvar. O protesto, organizado por vários activistas trans, reivindicava que a história da personagem Lola, uma trabalhadora do sexo trans, fosse contada e representada por uma actriz trans, e não por um actor cisgénero (ou seja, cuja identidade de género corresponde àquela que lhe foi atribuída à nascença).

Desde o protesto, que ficou conhecido como um acto político contra o transfake, Keyla Brasil disse ter recebido várias ameaças de morte e mensagens de ódio, que a levaram a isolar-se, chegando a ser noticiado o seu desaparecimento. Cerca de três dias depois, a Casa T, casa de acolhimento para pessoas trans e imigrantes, anunciou que se encontrava “em segurança”.

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