Mundial arranca com enorme prova de força da França

No jogo de abertura do Campeonato do Mundo de râguebi 2023, os franceses conseguiram um feito inédito: pela primeira vez, a Nova Zelândia foi derrotada numa partida da fase de grupos da prova.

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A França derrotou os all blacks no jogo de estreia do Mundial Reuters/CHRISTIAN HARTMANN
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Foi intenso, equilibrado durante quase toda a partida e uma enorme prova de força da França, que conseguiu um feito inédito: na décima edição de um Campeonato do Mundo de râguebi, os franceses tornaram-se nos primeiros a derrotar a Nova Zelândia numa partida da fase de grupos. No jogo de abertura do Mundial 2023, que pode ter sido um ensaio para a final de 28 de Outubro, os neozelandeses foram melhores nos primeiros 40 minutos e os franceses na segunda parte, mas o jogo ao pé de Thomas Ramos, jogador que tem família portuguesa, fez a diferença: o defesa do Toulouse marcou 17 pontos na vitória por 27-13 dos les bleus contra os all blacks.

Num Grupo A onde o desnível que existe entre a França e Nova Zelândia, e as restantes selecções (Itália, Uruguai e Namíbia) não deixa dúvidas de que no final franceses e neozelandeses vão garantir o apuramento para os quartos-de-final, o confronto no Stade de France era importante para perceber qual o momento das duas selecções, mas não belisca o estatuto de candidatos de ninguém – os all blacks feridos no seu ego podem tornar-se ainda mais perigosos.

Assim, com o triunfo no jogo de abertura, a França conseguiu acima de tudo sacudir um pouco a pressão de neste Mundial ser claramente candidata jogando em casa e ficar já a saber que, salvo qualquer cataclismo, garantirá o primeiro lugar – o que pode não ser muito relevante, já que o Grupo A vai cruzar nos “quartos” com o Grupo B, onde estão os outros dois favoritos (África do Sul e Irlanda).

Quanto ao jogo, teve duas partes distintas. Com um ensaio aos 92 segundos, marcado pelo ponta Mark Telea, os all blacks pareciam lançados para uma exibição autoritária, mas a enorme fiabilidade de Ramos ajudou a serenar os franceses.

Com duas penalidades nos primeiros 20 minutos, o “15” francês, que chegou a ser sondado há uns anos pela federação portuguesa para jogar pelos “lobos”, colocou a França na frente (6-5). Até ao intervalo, uma penalidade para cada lado manteve a diferença na margem mínima, com vantagem gaulesa: 9-8.

A segunda parte começou como a primeira – ensaio de Telea a abrir -, mas, sem tremer, aos poucos a França começou a pegar no jogo e, aos 55’, Damian Penaud fez o primeiro toque de meta dos “XV de France”.

Com 16-13 para os franceses, parecia que o jogo ficaria indefinido até ao final, mas um cartão amarelo (exclusão de 10 minutos) a Will Jordan foi fatal para os neozelandeses. Em vantagem numérica, Ramos fez mais três pontos (19-13), e, a dois minutos do fim, já com 15 contra 15, um segundo ensaio francês (Jaminet) colocou o marcador final em 27-13, uma diferença demasiado penalizadora para os all blacks.

A longa maratona de 51 dias e 48 jogos do Mundial 2003 prossegue neste sábado, com jogos dos quatro grupos. A partir das 12h, em Saint-Étienne, a Itália é amplamente favorita no segundo jogo Grupo A, e tentará confirmar os sinais positivos deixados nos últimos jogos de preparação: 57-7 contra a Roménia e 42-21 frente ao Japão.

O jogo inaugural do Grupo B será disputado a partir das 14h30, em Bordéus, e servirá para a Irlanda aquecer os motores. Os líderes do ranking mundial chegam a França com candidatos e, na estreia, não deverão ter problemas contra a Roménia.

Segue-se em Saint-Denis um confronto que interessa a Portugal. Menos de 24 horas depois de terminar o jogo entre franceses e neozelandeses, o primeiro jogo do Grupo C será o Austrália-Geórgia no Stade de France, encontro que servirá para perceber qual é o momento dos wallabies.

Finalmente, a fechar quase dez horas consecutivas de râguebi, haverá um sempre interessante Inglaterra-Argentina. Num duelo de enorme rivalidade, os ingleses, que estão longe do melhor, vão ter em Marselha (20h) um jogo de alto risco contra os “pumas”.

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