Trabalhadores da Autoeuropa garantem 95% do salário durante o layoff

Administração garante regresso dos trabalhadores temporários quando a produção reiniciar. Fábrica da Volkswagen tem prevista paragem de dois meses.

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O layoff está previsto até 12 de Novembro Daniel Rocha
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A Autoeuropa e a Comissão de Trabalhadores (CT) chegaram nesta terça-feira a um acordo quanto às condições do layoff que a fábrica de Palmela irá aplicar durante a paragem forçada por falta de componentes para o fabrico do modelo T-Roc.

A empresa anunciou recentemente a suspensão da produção entre Setembro e Novembro devido às dificuldades de um fornecedor eslovaco que foi “severamente afectado” pelas cheias ocorridas naquele país, no começo de Agosto.

Depois de dois dias de reunião, a direcção da fábrica da Volkswagen, liderada por Thomas Hegel Gunther, e a CT acordaram que durante a paragem – que durará entre 11 de Setembro e 12 de Novembro – haverá lugar ao pagamento de “95% do salário de base, mais subsídio de turno”, de acordo com a informação veiculada aos trabalhadores nesta terça-feira.

De acordo com a informação a que o PÚBLICO teve acesso, os 95% incluem down days que serão retirados proporcionalmente, até um máximo de seis, durante o período de layoff. O mecanismo de down days permite parar a produção sem que a fábrica tenha de pagar um dia normal de salário, uma vez que é abatido ao 15.º mês já atribuído anualmente aos trabalhadores. No caso da Autoeuropa, os trabalhadores já tinham avisado na semana passada que em alguns turnos metade dos 22 down days (22 dias úteis) anuais já foi utilizada em 2023.

Segundo detalhou uma nota divulgada entretanto pela administração da empresa, está em causa um “complemento da contribuição retributiva legal a 80% da remuneração base, incluindo subsídio de turno” e, adicionalmente, “será dada uma compensação de 15% resultante da ferramenta de flexibilidade de down days, equivalente a um total de 6 (seis) down days, com aplicação individual proporcional durante o período de layoff”.

A empresa refere que está assim a responder “à necessidade da manutenção da liquidez financeira” dos trabalhadores, embora assegure que está a “acompanhar a evolução da situação com o apoio das equipas de compras e aprovisionamento e logística do grupo Volkswagen no sentido de reduzir o período de paragem de produção”.

Durante estas semanas haverá também lugar ao pagamento do prémio mensal de assiduidade no valor de 40 euros, sem critérios de absentismo, e não existirão cortes no prémio de objectivos.

A CT obteve ainda da administração a “garantia de regresso dos trabalhadores temporários quando a produção reiniciar”.

A empresa já havia anunciado anteriormente que, nos dias 9 e 10 de Setembro, a fábrica irá recorrer a down days parciais, “de acordo com as necessidades de produção de cada uma das áreas”.

O PÚBLICO contactou a fabricante eslovena em causa, a KLS Ljubno, para obter mais detalhes sobre a retoma da produção e a regularização das entregas de componentes essenciais à produção do T-Roc em Palmela, mas a empresa remeteu toda a comunicação sobre este tema para os clientes afectados.

Nesta terça-feira, a empresa reafirma que “tem equipas de apoio técnico no fornecedor e continua a avaliar fontes de abastecimento alternativas”.

Na segunda-feira, em declarações à Lusa, o Ministério da Economia, liderado por António Costa Silva, havia garantido que o Governo estava a “desenvolver todos os esforços para identificar soluções no âmbito da indústria de componentes nacional”, para ultrapassar a falta de peças na Autoeuropa.

“Na possibilidade da antecipação da normalização do fluxo da cadeia de abastecimento, a produção na fábrica de Palmela será retomada com a maior brevidade possível”, reitera a direcção, conduzida por Thomas Hegel Gunther.

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