Associações contestam continuidade de Luís Meira na liderança do INEM

Bombeiros e técnicos de emergência médica pedem uma comissão parlamentar de inquérito após sucessivos casos de falhas no sistema.

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Manuel Pizarro nomeou o Conselho Directivo do INEM para um mandato de cinco anos Nuno Ferreira Santos
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As associações de técnicos de emergência médica e de bombeiros e agentes de protecção civil manifestaram esta sexta-feira preocupação com a recondução de Luís Meira no cargo de presidente do INEM, solicitando a criação de uma comissão parlamentar de inquérito.

Em comunicado, a Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) afirma que o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) necessita de “uma enorme reforma”.

“A ANTEM não consegue compreender como é possível que esta recondução se verifique mesmo após nos últimos meses termos vindo a assistir ao número alarmante de casos que se sucedem quase diariamente, expondo as falhas de um sistema que se revela caduco e incapaz de responder com eficácia às necessidades da população”, indica.

Apontando deficiências no SIEM, a associação reforça que o Conselho Directivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) “não tem capacidade para promover as melhorias que urge implementar”, estando “agarrado a um sistema (…) ineficaz”.

“(…) Não nos surpreende esta decisão por parte do ministro da Saúde, na medida em que, mesmo com as sucessivas falhas do Sistema Integrado de Emergência Médica, Luís Meira se tenha escusado a dar qualquer esclarecimento (…), deixando assim passar a imagem de que aconteça o que acontecer se encontra completamente impune no seu cargo”, observa.

Entendendo que a realização de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) é “cada vez mais urgente e inevitável”, a ANTEM diz que não vai “baixar os braços” e que Manuel Pizarro poderá “ser co-responsabilizado pelas acções do presidente do INEM”.

Também a Fénix – Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Protecção Civil considera a recondução de Luís Meira “desastrosa, pondo em causa os cuidados médicos de emergência”.

“Durante a permanência do reconduzido presidente do INEM, nada foi produzido que se afigurasse positivo para o INEM e para o país – muito pelo contrário –, tendo ocorrido uma série de trapalhadas consecutivas, muitas delas com condenações em tribunal de vários milhares de euros pelos maus serviços prestados pelo INEM, na égide do presidente reconduzido, o que deveria ser suficiente para o mesmo nem pensar em se recandidatar”, salienta.

Entendendo a recondução de Luís Meira como “um insulto aos verdadeiros serviços médicos de emergência”, a Fénix também defende, como a ANTEM, a criação de uma CPI.

“Luís Meira não só não deveria ter sido reconduzido, como deveria ter sido demitido das funções há já muito tempo, pois já mostrou ao país a sua total incapacidade para dirigir um serviço essencial ao Estado de Direito Democrático”, realça a Fénix, acrescentando que a recandidatura mostra “falta de sentido de Estado”.

De acordo com o Ministério da Saúde, Manuel Pizarro nomeou o Conselho Directivo do INEM, reconduzindo Luís Meira como presidente do Conselho Directivo para um mandato de cinco anos.