Stop marca semana de greve nas escolas de 18 a 22 de Setembro

Primeira semana efectiva de aulas do novo ano lectivo arranca com uma greve convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação.

Foto
A greve abramge professores e restantes trabalhadores do ensino Nuno Ferreira Santos

O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) anunciou esta quinta-feira a realização de uma greve de uma semana entre 18 e 22 de Setembro, apelando aos trabalhadores para assegurarem fundos de greve nas escolas. O novo ano lectivo arranca entre 12 e 15 de Setembro, mas só a 18 começarão efectivamente as aulas na maioria das escolas públicas do país.

“No final dessa semana de greve, no dia 22, sexta-feira, organizaremos uma manifestação nacional de todos os profissionais da educação, em Lisboa”, disse o líder do Stop, André Pestana, numa conferência de imprensa, em Coimbra.

O dirigente recordou que os professores das regiões autónomas já viram acolhidas as suas reivindicações sobre a contabilização do tempo de serviço congelado, enquanto os do continente continuam com mais de seis anos e meio de tempo por reaver.

“Isto não pode continuar. Se nada fizermos, o próximo ano lectivo continuará com profundas injustiças na escola pública”, defendeu, num encontro com os jornalistas na rua, junto à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, em que também interveio Carla Piedade, da direcção do sindicato.

“Além de outras injustiças inerentes à vinculação dinâmica (VD), temos hoje também muitos colegas que se vincularam pela VD ainda sem colocação, o que indicia que poderão brevemente estar a leccionar em mais do que um agrupamento escolar ao mesmo tempo, com a confusão, o cansaço e gastos inerentes”, afirmou.

André Pestana lembrou que os professores em “mobilidade por doença continuam profundamente desconsiderados, bem como os colegas em monodocência”. Também os assistentes operacionais “estão cansados e exaustos”.

“Há cada vez menos assistentes operacionais nas escolas, o que compromete a saúde física e mental destes e também a segurança dos alunos”, alertou o presidente da direcção do Stop. Aqueles profissionais, acentuou, “estão sobrecarregados com trabalho extra e o salário continua uma miséria, obrigando-os a ter segundos trabalhos para conseguirem manter uma vida digna”.

“No meio disto, continuam numa carreira abrangente e não numa carreira específica”, referiu, apelando à participação na greve de cinco dias e na manifestação na capital, em 22 de Setembro. Para o Stop, importa, “de uma vez por todas, olhar para estes profissionais e resolver a sua situação”.

“Também são precisos mais assistentes técnicos e técnicos superiores e especializados nas escolas para apoiar devidamente as nossas crianças, em particular as que têm necessidades educativas especiais”, reivindicou o sindicalista, frisando que estes trabalhadores “merecem salários e carreiras dignos e com direito a estar perto da família”.

Na sua opinião, continua a verificar-se “toda esta desvalorização de quem trabalha na escola pública”, o que leva “mais uma vez muitos milhares de alunos a começar este ano lectivo sem professor ou com pessoas a dar aulas sem formação profissional ou pedagógica”, o que “prejudica a qualidade da escola pública e compromete o presente e o futuro das crianças e jovens”.

André Pestana exortou os docentes e demais trabalhadores das escolas a organizarem fundos de greve durante a semana de contestação, de 18 a 22 de Setembro, os quais, “como se viu no passado, são 100% legais”.

Também a plataforma de nove organizações sindicais de professores já agendou uma greve para 6 de Outubro, depois do Dia Mundial do Professor, que se assinala na véspera. A partir de 12 de Setembro, primeiro dia de aulas, arrancam também greves ao sobretrabalho, às horas extraordinárias e a todas as actividades integradas na componente não-lectiva de estabelecimento.

Sugerir correcção
Ler 9 comentários