Mãe de Rubiales termina greve de fome, depois de uma passagem pelo hospital

Ángeles Béjar esteve no hospital na noite de quarta-feira e depois regressou a casa, dando por terminada a greve de fome que durava há três dias. O filho, Luis Rubiales, terá visitado a mãe.

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Ángeles falou aos jornalistas durante a greve de fome EPA/Alba Feixas
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Igreja da Divina Pastora de Motril EPA/Alba Feixas
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Terminou a greve de fome da mãe de Luis Rubiales, três dias depois. Ángeles Béjar já está em casa, depois de uma visita ao hospital, esta quarta-feira, para tratar os problemas de saúde resultantes de se ter fechado na Igreja da Divina Pastora de Motril, como forma de protesto contra a controvérsia que rodeia o filho, presidente suspenso da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).

A mãe de Rubiales terá saído do hospital por volta das 23h30 desta quarta-feira, acompanhada por um dos filhos, avança o El Mundo. Durante algumas horas, terá sido examinada e submetida a tratamento para a debilidade causada por três dias de greve de fome. Depois da alta, regressou a casa, tendo, assim, terminado o protesto.

Desde segunda-feira, 28 de Agosto, que Ángeles Béjar só bebia água e bebidas energéticas, juntamente com a sua medicação habitual. Terá dormido num colchão na capela lateral da igreja e foi acompanhada por diversos familiares, que por lá pernoitaram também. "Não me importa morrer pela justiça. O meu filho é uma pessoa decente e não é justo o que lhe estão a fazer", disse aos jornalistas, na terça-feira.

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O hospital onde esteve internada ALBA FEIXAS

De acordo com o El Español, Rubiales terá visitado a mãe no hospital, sem se deixar ser visto. A cabeleireira já reformada terá sido internada sobretudo por problemas relacionados com a ansiedade, como “palpitações”, culpa também do calor que se fazia sentir no final da tarde desta quarta-feira, aponta o padre da paróquia da Divina Pastora, à agência Europa Press.

A intenção do protesto de Béjar era que a jogadora Jenni Hermoso viesse a público reconhecer que o beijo dado por Rubiales, durante os festejos da conquista do Mundial de Futebol Feminino, foi consentido. A mãe argumenta que existiu “consentimento de ambas as partes” e descarta a narrativa de “abuso sexual”.

Ángeles Béjar tem sido descrita pela imprensa espanhola como “uma pessoa muito crente e cristã”. Mãe e filho são muito próximos e não há um Verão em que não passem férias juntos em Motril, perto de Granada. Os pais de Rubiales divorciaram-se há cerca de quatro anos, momento também em que Ángeles se reformou.

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Protesto em Madrid ISABEL INFANTES/Reuters

Durante os três dias de protesto, foi apoiada por familiares e vizinhos, reunidos em frente à igreja de Motril. “Jenni, por que não dizes a verdade?”, exortavam nos cartazes. Em Madrid, fizeram-se protestos opostos com centenas de pessoas a exigir a demissão imediata de Rubiales, pedindo que o “futebol seja um desporto livre de violência machista”.

Foi também isso que pediu o porta-voz do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Stéphane Dujarric, na terça-feira. “Temos a responsabilidade de os denunciar, de lutar contra eles e de nos juntarmos a Jenni Hermoso e a todos aqueles que trabalham para terminar com o sexismo e os abusos no desporto”, reiterou, lembrando que “não há nenhum indício de que o beijo tenha sido consensual”.

A RFEF tem exigido a demissão imediata de Rubiales, depois de, numa primeira fase, se ter colocado ao lado do presidente, suspenso pela FIFA, no passado sábado. O espanhol pode ficar afastado do mundo do futebol durante os próximos 15 anos, o máximo permitido nos estatutos da federação internacional. Até agora, não foi apresentada a demissão.

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