Economia estagnou no segundo trimestre, com exportações em baixa
Exportações baixaram de Abril a Junho em relação ao arranque do ano, mas mesmo assim as vendas ao exterior conseguiram superar as do segundo trimestre de 2022. PIB cresceu 2,3% em termos homólogos.
A economia portuguesa estagnou entre o primeiro e o segundo trimestre. Nos três primeiros meses do ano a actividade económica conheceu um desempenho melhor do que o esperado, mas nos três seguintes a variação em cadeia do Produto Interno Bruto (PIB) foi nula.
As estimativas divulgadas nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmam o cálculo inicial, apresentado há um mês, que apontam para uma variação trimestral de 0%, registada depois de um crescimento em cadeia de 1,6% no período de Janeiro a Março.
Com esta evolução, a diferença entre o PIB do segundo trimestre (de Abril a Junho) e o valor do trimestre homólogo de 2022 foi de 2,3%, uma variação inferior à que se registou nos três primeiros meses do ano, de 2,5%.
Se, por um lado, houve uma aceleração do consumo privado entre os dois trimestres, registou-se, ao mesmo tempo, uma quebra nas exportações que fez com que o contributo da procura externa para a variação do PIB em cadeia tenha sido negativo.
As vendas ao exterior diminuíram 2,3% em cadeia, com as exportações de bens a caírem 0,6% e a dos serviços a recuarem 5,4%. Ao mesmo tempo, as importações caíram 1,6%, resultado de um recuo de 2,2% na componente de bens e de um crescimento de 1,4% nos serviços.
Já olhando para a evolução do comércio externo em termos homólogos, verifica-se que as exportações continuam com uma tendência positiva. As vendas aos mercados externos ficaram 4,3% acima do valor do segundo trimestre de 2022, mas este resultado é distinto quando se olha para as duas componentes – enquanto nos serviços as vendas continuam em forte alta, com um crescimento de 12% (menor do que a observada nos três primeiros meses do ano), nos bens o comportamento é já de crescimento muito ligeiro face aos meses de Abril a Junho do ano passado, apenas havendo uma progressão de 0,8% (após uma variação homóloga de 5,3% no primeiro trimestre).
As estatísticas do INE permitem ver ainda que as despesas de “consumo final das famílias residentes” cresceram apenas 0,6% do primeiro para o segundo trimestre e 1,4% face ao período homólogo.
Comparando com o arranque deste ano, os gastos foram superiores em 0,7% nas despesas em bens não duradouros e serviços, “enquanto a componente de bens duradouros registou uma taxa de variação em cadeia nula”.
Quanto ao investimento, o INE estima uma quebra de 1,6% em cadeia, após uma contracção de 0,5% nos primeiros meses do ano; e aponta para uma redução de 0,6% em termos homólogos, trajectória que se segue a uma quebra de 4,5% no trimestre anterior.
A formação bruta de capital fixo em construção cresceu 3,3% em cadeia, mas registou uma variação nula em termos homólogos, o que, refere o INE, “compara com uma redução de 5,8% no trimestre anterior”.
O investimento em produtos de propriedade intelectual caiu 2,6% em cadeia e também estagnou em termos homólogos (tinha crescido 2,1% no 1º trimestre); nos equipamentos de transporte e outras máquinas, o investimento baixou 3% em cadeia e cresceu 1,5% em termos homólogos, uma desaceleração.