Wopke Hoekstra será comissário para a Acção Climática

A presidente da Comissão Europeia decidiu manter o pelouro do Clima nas mãos de um holandês.

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Indicação de Hoekstra para comissário para a Acção Climática terá de ser aprovada pelo Parlamento Europeu Reuters/PIROSCHKA VAN DE WOUW
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A líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, aceitou a nomeação de Wopke Hoekstra para o cargo de comissário europeu, e decidiu atribuir o pelouro da Acção Climática ao ex-ministro dos Negócios Estrangeiros dos Países Baixos, informou esta terça-feira a Comissão Europeia, num comunicado divulgado após uma entrevista entre os dois.

Durante a reunião, Wopke Hoekstra “demonstrou uma forte motivação para o cargo e um grande compromisso com [as políticas] da União Europeia”, justificou a presidente da Comissão, que valorizou a “experiência profissional relevante” do político holandês que foi ministro das Finanças, e também ministro dos Negócios Estrangeiros e vice primeiro-ministro nos dois últimos governos de coligação liderados por Mark Rutte.

“A sua experiência governativa será um trunfo importante, em especial para a diplomacia climática da Europa na preparação da COP28 e para o financiamento da luta contra as alterações climáticas, e ainda para a implementação dos novos instrumentos legislativos relacionados com o Clima”, diz o comunicado.

O Governo holandês, que se encontra em funções desde meados de Julho, após o colapso da coligação e a demissão de Mark Rutte, viu-se obrigado a indicar um novo representante para a Comissão Europeia depois da saída de Frans Timmermans, o número dois do executivo comunitário que era conhecido como o “czar” de Bruxelas para o Clima — que encabeçará uma candidatura conjunta do seu Partido Trabalhista (PvdA) e dos Verdes (GL) às eleições legislativas de 22 de Novembro.

A aliança mantém uma ligeira vantagem sobre o partido liberal VVD de Rutte (que ao fim de quatro mandatos sucessivos como primeiro-ministro, vai deixar a política), mas perdeu a liderança da tabela das intenções de votos com o aparecimento do movimento chamado “Novo Contrato Social” (NSC), de acordo com os números mais recentes coligidos pela plataforma Europe Elects.

A indicação de Wopke Hoekstra para comissário para a Acção Climática terá de ser aprovada pelo Parlamento Europeu, que já prometeu não facilitar no escrutínio do nomeado holandês que protagonizou uma das primeiras polémicas políticas do início da pandemia, quando pôs em causa a distribuição de apoios financeiros aos países com défices elevados (um episódio que levou o primeiro-ministro, António Costa, a censurar as suas declarações como “mesquinhas” e “repugnantes”).

Representantes das bancadas dos Verdes, socialistas e liberais criticaram a atribuição da pasta da Acção Climática a Hoekstra, cujo partido pertence à bancada centro-direita do Partido Popular Europeu, que está contra várias das propostas do Pacto Ecológico Europeu ainda em negociação pelos co-legisladores. Ainda assim, não se prevê que a nomeação seja bloqueada.

A Comissão Europeia confirmou que a supervisão do ambicioso plano para a transição energética e neutralidade climática da UE designado como “Green Deal” ficará nas mãos do novo vice-presidente do executivo, Maros Sefcovic, a quem o futuro comissário holandês reportará.

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