Paragem na Autoeuropa: trabalhadores lembram que metade dos down days já foi usada
Comissão de Trabalhadores ainda não sabe quanto tempo a produção estará suspensa, nem as medidas a aplicar aos trabalhadores.
A Comissão de Trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa ainda não sabe quanto tempo irá durar a suspensão da produção de automóveis na fábrica de Palmela, nem as medidas a aplicar aos trabalhadores. Mas Rogério Nogueira, coordenador desta estrutura, prevê que a empresa possa recorrer aos down days, alertando que, em alguns turnos, já foi utilizada metade dos 22 dias anuais.
O instrumento dos down days permite parar a produção sem que a fábrica tenha de pagar um dia normal de salário, uma vez que é abatido ao 15.º mês já atribuído anualmente aos trabalhadores.
A administração da Autoeuropa anunciou, na segunda-feira, que vai suspender a produção a partir da primeira quinzena de Setembro devido à falta de peças provenientes de um fornecedor afectado pelas cheias de Agosto na Eslovénia.
Já nesta terça-feira, a Comissão de Trabalhadores divulgou um comunicado em que afirma que a empresa ainda não lhe comunicou as medidas a aplicar nem o tempo objectivo da paragem.
E lembra que a empresa dispõe de ferramentas de flexibilidade que poderão ser aplicadas, como é o caso dos down days (cada dia de paragem é descontado aos 22 dias de trabalho do 15.º mês pago aos trabalhadores).
Em declarações ao PÚBLICO, Rogério Nogueira frisa que essa deverá ser “a principal ferramenta a usar”. Contudo, alerta, em alguns turnos metade dos 22 down days anuais já foi utilizada.
“A Comissão de Trabalhadores está a acompanhar esta situação diariamente e tudo irá fazer para que o impacto destas paragens não prejudique a vida, nem o rendimento dos trabalhadores”, conclui, acrescentando que estão à espera de que a administração da empresa lhes comunique mais pormenores.
No comunicado que enviou aos trabalhadores, a Autoeuropa esclarece que o grupo Volkswagen está a dar suporte técnico ao fornecedor esloveno para o reinício da produção e está a trabalhar para encontrar alternativas junto de outros fornecedores para voltar a normalizar a produção nas fábricas afectadas “com a maior brevidade possível”.
A empresa admite: “O cenário poderá alterar-se consoante o fluxo da cadeia de abastecimento.”