Santana Lopes: Marques Mendes “está a seguir a receita” de Marcelo para Belém

Antigo primeiro-ministro do PSD, que já assumiu também poder candidatar-se, diz não ter ficado surpreendido com a disponibilidade de Marques Mendes para avaliar candidatura a Presidente da República.

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Santana Lopes, que preside à câmara da Figueira da Foz como independente, também pondera candidatura a Belém Rui Gaudencio
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As eleições presidenciais de 2026 já estão a fazer mexer o PSD: Pedro Santana Lopes tem-se vindo a posicionar para ser candidato à Presidência da República e Luís Marques Mendes veio agora assumir, de forma mais aberta, a possibilidade de se candidatar ao cargo. Fê-lo duas semanas depois de ter estado ao lado de Luís Montenegro na Festa do Pontal, uma presença que foi vista como um sinal político para as presidenciais. Em declarações ao PÚBLICO, o antigo primeiro-ministro do PSD considera que a hipótese de Marques Mendes ser candidato a Belém já era esperada: “É como a pescada. Antes de o ser já o era”.

Para o actual presidente da câmara da Figueira da Foz, as declarações do antigo líder do PSD e comentador da SIC deram o "pontapé de saída" para Belém, mas sem surpresa. “Quem não esperava de quem faz aquela distribuição de livros e de cumprimentos, de Norte a Sul do país, todos os domingos? Está a seguir uma receita já conhecida mas não vou fazer comparações sobre as diferenças”, afirmou, referindo-se ao actual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que foi comentador televisivo durante anos antes de ser eleito em 2016.

Com a questão do regresso ao PSD em cima da mesa, Pedro Santana Lopes tem admitido ter "currículo" para ser candidato à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa. Há dias relembrou, na SIC Notícias, ter “tanta experiência do sistema político português dos vários lados e das várias áreas de governação – cultura, misericórdia, câmaras”.

Depois de ter estado na Festa do Pontal, a rentrée do PSD, Marques Mendes aproveitou para capitalizar politicamente essa iniciativa que desde logo tinha significado político e ontem, no seu espaço de comentário semanal na SIC, abriu a porta a ser candidato a Belém: "Se um dia achar que, com uma candidatura à Presidência da República, posso ser útil ao país, que é isso que conta, ter utilidade para o país, tomarei essa decisão".

O antigo líder social-democrata já tinha mostrado disponibilidade para avaliar uma candidatura a Belém, em Março passado, no Podcast do Expresso Liberdade para Pensar, mas remeteu a questão para 2024. Agora que sinalizou o seu interesse na corrida presidencial, o silêncio sobre a questão deverá ser a regra nos próximos meses.

Só no próximo ano as presidenciais deverão voltar a ser um tema em força. Até porque a disponibilidade de Pedro Passos Coelho para Belém é ainda um ponto de interrogação, dentro do PSD, apesar de, agora, os putativos candidatos parecerem acreditar que o ex-primeiro-ministro não tem mesmo vontade de concorrer a um cargo não executivo.

Se Marques Mendes esteve fisicamente no Pontal, Santana Lopes pairou no discurso de Luís Montenegro, que anunciou o possível regresso do antigo primeiro-ministro ao partido: "Ele está a caminho". Santana Lopes deixou o PSD em 2018, depois de 40 anos de militância. Agora, pondera voltar e mantém Belém no horizonte.

As declarações do comentador da SIC coincidem também com o arranque da semana da Universidade de Verão do PSD em que estarão outro antigo primeiro-ministro do PSD, Durão Barroso, que também já tem sido colocado na corrida presidencial, e Paulo Portas, ex-líder do CDS e potencial candidato a Presidente da República.

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