Hijabs e capacetes: o programa que ensina jovens muçulmanas a andar de bicicleta

O objectivo é proporcionar um ambiente acolhedor para as pessoas que estão a começar a andar de bicicleta e a conhecer a cidade, especialmente mulheres muçulmanas.

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Hijabs e capacetes ensina jovens muçulmanas a andar de bicicleta Reuters/LAURA PROCTOR

Para Tagreed Elhassan, é a emoção do vento na cara.

Andar de bicicleta dá-lhe uma sensação de independência e uma forma de fazer exercício. Aprendeu o básico enquanto crescia na Arábia Saudita e no Egipto, e agora um programa na sua nova casa, Toronto, ensinou a refugiada eritreia de 24 anos a conduzir e a fazer a mecânica básica da bicicleta, dando-lhe confiança para ensinar outras pessoas.

"Aprendi aqui", conta, sentada num parque na zona leste de Toronto. "Pequenas coisas que se transformam em algo grande."

O objectivo do programa Hijabs and Helmets (hijabs e capacetes, em português) é proporcionar formação e um ambiente acolhedor para as pessoas que estão a começar a andar de bicicleta e a conhecer a cidade, especialmente para mulheres muçulmanas que podem vir de origens onde o ciclismo não era a norma.

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O programa foi criado há três anos para responder a uma necessidade da comunidade, explica Menna Badawi, trabalhadora de saúde comunitária num centro de saúde e líder do programa.

O grupo obtém a maior parte do financiamento da Maple Leaf Sports and Entertainment, que é proprietária das equipas desportivas de Toronto, incluindo a equipa de hóquei no gelo Maple Leafs e a equipa de basquetebol Raptors.

O programa percebeu que "havia uma lacuna nos serviços para as mulheres muçulmanas da comunidade (...) que estão interessadas em andar de bicicleta e não sabem por onde começar". Badawi, que fez parte de um clube de corrida só para mulheres muçulmanas, disse que compreendia o sentimento. "Como muçulmana hijabi, descobri que havia uma lacuna nos desportos recreativos para as mulheres que se parecem comigo", disse ela.

As aulas abrangem a zona de Taylor Creek, em Toronto, que tem uma elevada quota de recém-chegados, segundo Badawi. Elhassan disse que se envolveu no programa no ano passado com as irmãs. Aos poucos, sentiu-se suficientemente confortável para ir de bicicleta ao supermercado, com os sacos equilibrados no guiador.

A inclusão deliberada de mulheres que usam hijab "significa muito", comenta. "Senti-me como se estivéssemos a ser reconhecidas."