Gonçalo Borges e Marcano promovidos a salvadores do FC Porto

O Rio Ave não fez muito para merecer um empate, mas o FC Porto também esteve longe de fazer um jogo competente. Valeu a magia do jovem Borges.

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Jogadores do FC Porto celebram em Vila do Conde LUSA/JOSÉ COELHO
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Sem ideias colectivas, sem soluções e sem magia. Foi assim que o FC Porto se apresentou nesta segunda-feira durante quase 90 minutos de futebol. Depois, apareceu Gonçalo Borges, que voltou a levar desequilíbrio para o jogo, sofrendo, primeiro, um penálti convertido por Galeno e fazendo, depois, um passe que permitiu a André Franco assistir Marcano para o triunfo por 1-2, sobre o Rio Ave, na 3.ª jornada da Liga.

O empate a um golo não era bom, mas era, para os “dragões”, um mal menor. E algo não vai bem no futebol da equipa de Sérgio Conceição quando se podia dizer que a equipa ganharia um ponto em Vila do Conde, em vez de perder dois.

Com o golo de Marcano aos 90+4’, que voltou a dar a vitória, tal como na segunda jornada, o cenário é ainda mais feliz para os “dragões”. Porque se é certo que o Rio Ave dificilmente sai do jogo convicto de que fez muito por merecer o empate — e não fez —, é certo também que o FC Porto dificilmente vai para casa a achar que foi uma vitória bem conseguida pela boa qualidade do futebol.

O Rio Ave levou ao relvado um 3x4x3 como base, mas o jogo encarregou-se de transformar o sistema num 5x4x1 em grande parte do jogo. Mas não foi o 5x4x1 que habitualmente os “grandes” enfrentam, com uma linha de cinco bastante baixa, outra de quatro e um “avançado-ilha”, entregue à sua própria sorte. A equipa de Luís Freire tentou ser audaz na pressão à primeira fase de construção, mas sofreu pelo facto de não ser permanente. Com uma pressão alta ditada pelo tipo de saída do FC Porto, a “ordem” dos três da frente, que decidiam pressionar, teria de ser lida de forma perfeita pelos restantes jogadores — e nem sempre foi.

A equipa de Vila do Conde foi apanhada várias vezes com muito espaço entre linhas, algo que acontecia quase sempre em momentos em que a linha avançada tentava a pressão alta e o resto da equipa não subia.

Nesses momentos de jogo partido, o FC Porto, dinâmico na transição, teve lances perigosos de ataque aos 19’, 21, 23’, 25’ e 30’, sendo que o segundo deles deu uma clara oportunidade de golo a Pepê, na zona do penálti. De resto, tudo mal definido.

Apesar desses momentos de transições, o 4x4x2 do FC Porto em ataque posicional não teve especial dinamismo. Taremi foi sempre acompanhado quase em marcação individual e a boa largura da linha de cinco do Rio Ave tirou Galeno e Pepê do jogo.

Aos 52’, houve falta de Galeno sobre Boateng, penálti a favor do Rio Ave e golo de Costinha. Tudo mais complicado para o FC Porto, que na primeira parte teve algum espaço entre linhas e até na profundidade, mas a partir do 1-0 viu o Rio Ave baixar as linhas e retirar possíveis caminhos ofensivos aos “dragões”.

O acumular de perdas de bola também não ajudava a equipa de Conceição, que somava erros, muitas vezes ainda em fase de construção. O FC Porto começou a apostar em cruzamentos, quase todos sem seguimento, mas alguns perigosos — como aconteceu aos 73’, com cabeceamento de Galeno.

Aos 78’, Gonçalo Borges foi chamado a jogo e a qualidade técnica do extremo permitiu criar desequilíbrios — um deles foi um penálti sofrido aos 88’ e convertido em golo por Galeno.

Já aos 90+4’, Borges voltou a ser criativo, com um passe vertical que deu espaço a André Franco para cruzar para o desvio de Marcano, na confusão da área do Rio Ave.

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