Receitas dos operadores com serviços em pacotes subiram 8,8% até Junho

Receitas com pacotes de serviços de telecomunicações registaram maior aumento anual desde 2016 e atingiram 1004 milhões de euros.

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Receitas com serviços móveis também aumentaram no primeiro semestre e atingiram 660 milhões Kacper Pempel
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As receitas das empresas de telecomunicações com os pacotes de serviços subiram 8,8% até Junho, naquele que foi o maior crescimento anual desde 2016 e que se sucede a uma actualização de preços de quase 8% (em linha com a inflação de 2022) pela Meo, Nos e Vodafone no começo deste ano.

De acordo com a informação divulgada esta quinta-feira pela Anacom, os proveitos dos operadores com as ofertas que juntam vários serviços de comunicações totalizaram 1004 milhões de euros no primeiro semestre, dos quais dois terços dizem respeito às chamadas ofertas 4P (televisão, telefone fixo, Internet e Internet móvel) e 5P (acrescenta banda larga móvel para PC ou tablet).

Em cada 100 famílias portuguesas, 92,5 são subscritoras de um pacote de serviços, num total de 4,6 milhões de clientes (mais 2,9% do que no semestre homólogo), e, destas, a maioria (2,5 milhões, com um crescimento de 169 mil clientes no semestre) prefere os pacotes 4P e 5P.

Os pacotes de serviços garantiram 51,8% do total das receitas retalhistas de um sector que facturou 1,9 mil milhões de euros entre Janeiro e Junho, um aumento de 6,1%.

As receitas com os serviços móveis subiram 4%, para 660 milhões de euros, enquanto as receitas com serviços fixos individualizados (telefone, banda larga ou televisão paga) atingiram 229,4 milhões (mais 0,4% em termos homólogos).

Se a receita média mensal por subscritor de cada pacote de serviços (residencial e não residencial) foi de 36,61 euros (sem IVA), o que representa também o maior crescimento desde 2016 (5,3%), no caso do 4P e 5P a receita média mensal foi de 45,08 euros (o que traduz um aumento de 4,4% face a 2022), concluiu a Anacom através dos questionários trimestrais aos operadores.

No caso do 3P (televisão, telefone fixo e Internet), opção que tem cerca de 1,7 milhões de subscritores e que registou “o maior decréscimo anual desde 2015” em número de subscritores, a receita média mensal foi de 28,67 euros (aumento de 4% face a 2022).

Segundo o regulador, em Junho, os preços das comunicações – medidos através do Índice de Preços no Consumidor (IPC) – diminuíram 0,4% face ao mês anterior. Já na comparação com o mesmo mês de 2022, verificou-se um aumento de 3,9%, ou 0,5 pontos percentuais acima da inflação (3,4%), em linha com o que já se havia verificado em Maio.

Meo ganha em receitas e clientes

“As ofertas isoladas, single play ou 1P, que se caracterizam por não serem comercializadas em pacote, representaram 69% dos acessos móveis e 15,2% dos acessos fixos”, refere a Anacom, que estima que em Julho estas eram as opções de apenas 1% do total dos subscritores residenciais de banda larga fixa, de 3% do total de subscritores residenciais de TV por subscrição e de 5% do total dos subscritores residenciais de serviço telefónico em local fixo.

No final de Junho, a Meo tinha a maior quota de clientes com pacotes de telecomunicações (41,3%), seguida pela Nos (35,4%), Vodafone (20,5%) e Nowo (2,8%). Se, face ao semestre homólogo, Meo e Vodafone aumentaram a sua quota de subscritores (mais 0,3 pontos percentuais em ambos os casos), as quotas das Nos e da Nowo diminuíram na mesma proporção.

A Anacom refere que a Meo apresentou a maior quota de subscritores em todos os tipos de oferta: 2P (45,1%), 3P (39,3%) e 4/5P (42,0%), bem como a maior fatia das receitas do mercado: 41,2%, uma percentagem que se manteve na comparação com o primeiro semestre de 2021.

No caso da Nos, a quota de receitas foi de 40,4% e subiu 0,3 pontos em termos homólogos. A Nowo (1,6%) e a Vodafone (16,6%) diminuíram as suas quotas em 0,2 e 0,1 pontos percentuais, respectivamente.

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