Os Últimos Dias de Roger Federer e Outros Finais: Geoff Dyer e o sentido do fim
Meditações sobre o fim, mas sobretudo a energia, o humor, a erudição e a comunicabilidade de Geoff Dyer, escritor consumado e em pleno poder das suas capacidades criadoras.
Em 1967, Frank Kermode publicou um importante volume de ensaios, The Sense of an Ending, referido por Geoff Dyer a propósito do seu último ano em Oxford: “Tinha ouvido falar – mas não [o] tinha lido” (p. 146). Sem tomar por modelo aquele livro, Dyer acaba por fazer, precisamente, o que o título de Kermode anunciava, sem se circunscrever, como o académico inglês, no plano da ficção literária. Pelo contrário, os seus interesses e desejos, como a prática da sua escrita, irradiam nos mais variados sentidos. Desde a abertura que o autor não se fixa na literatura, mas aponta ao lado, ao contingente, ao que se relaciona com o seu ofício pelo gosto e a experiência, numa espécie de subjectividade informada, lúcida e irreverente: “The end, lançada em Janeiro de 1967 [curiosamente, no ano do livro de Kermode], é a última faixa do primeiro álbum dos Doors”.
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