O jogador inglês está em alta no mercado de transferências

Nunca como na presente temporada os futebolistas britânicos deixaram uma marca tão forte. No top10 dos maiores negócios de 2023-24, há quatro representantes, três nas quatro primeiras posições.

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Declan Rice foi contratado pelo Arsenal, por 116,6 milhões de euros Reuters/JOHN SIBLEY
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Há muito que os adeptos do futebol se habituaram a ver a Premier League a vestir a pele de protagonista do mercado de transferências, liderando a bolsa de investimentos ano após ano. O que é menos vulgar é o que está a acontecer em 2023-24, época em que os jogadores ingleses estão a assumir-se como os maiores agitadores do Verão, ocupando três das primeiras quatro posições do ranking dos negócios.

No topo da hierarquia está Declan Rice, médio de 24 anos que trocou o West Ham pelo Arsenal por nada menos do que 116,6 milhões de euros. Titular da selecção inglesa, protagonizou a transferência mais avultada da temporada, num negócio realizado dentro das fronteiras da Premier League. Um registo comum ao de Moises Caicedo, que ocupa a mesma posição em campo e fez entrar nos cofres do Brighton 116 milhões de euros, a debitar na conta do Chelsea.

O internacional pelo Equador, de resto, é o único jogador a intrometer-se entre a armada inglesa na casa dos três dígitos de investimento. É que o lugar mais baixo do pódio é ocupado pelo criativo Jude Bellingham, transferido do Borussia Dortmund para o Real Madrid por 103 milhões de euros, surgindo logo a seguir Harry Kane, uma espécie de instituição no Tottenham agora à procura de ganhar títulos no Bayern Munique, que pagou 100 milhões pelo avançado de 30 anos.

Se juntarmos a esta equação o negócio de Mason Mount, mais um realizado dentro de Inglaterra (do Chelsea para o Manchester United, a troco de 64,2 milhões de euros), fechamos o top 10 das transferências de Verão com um registo inédito. Quatro jogadores, 383,8 milhões de euros movimentados, três destinos (leia-se campeonatos) distintos - e o mercado ainda não encerrou.

No presente século, só por uma vez Inglaterra se aproximou destes números. Aconteceu há duas temporadas, quando o criativo Jack Grealish foi a grande sensação do mercado, levando o Manchester City a pagar 117,5 milhões ao Aston Villa. Nessa altura, o internacional inglês foi “acompanhado” no top 10 de transferências pelos compatriotas Jadon Sancho (extremo que saiu do Borussia Dortmund para o Manchester United por 85 milhões), Ben White (lateral que trocou o Brighton pelo Arsenal, por 58,5) e Tammy Abraham (avançado que se mudou do Chelsea para a Roma, por 41). No total, estes negócios ascenderam a 302 milhões de euros.

Nessa época, a de 2021-22, os clubes da Premier League desembolsaram nada menos do que 1,36 mil milhões de euros em 270 contratações, valor que subiu para os 2,25 mil milhões na temporada passada (310 jogadores). Na actual, ainda com duas semanas de defeso pela frente, já despenderam 2,05 mil milhões em 222 reforços, o que traduz uma média de 9,2 milhões cada por futebolista, a mais alta de sempre.

Mesmo na actual lógica de investimento desenfreado do reino da Arábia Saudita, que em salários ultrapassa largamente os 607 milhões de euros que gastou em transferências neste Verão, a Liga inglesa continua a anos-luz da concorrência. Fruto das apertadas restrições financeiras com que se debate o Barcelona, o poder de compra da Liga espanhola sofreu uma quebra abrupta (gastou 336,85 milhões até agora), o que significa que o campeonato é agora o último dos Big 5 em matéria de gastos com contratações.

O caminho inverso ao espanhol está a ser trilhado pela Série A, com os clubes italianos a desembolsarem neste mercado mais do dobro, 717,71 milhões, enquanto as Ligas francesa e alemã se equivalem: na primeira foram gastos 643,54 milhões, na segunda 643,029.

Valores, ainda assim, bem distantes das possibilidades dos clubes portugueses. Até ver, os 18 emblemas da I Liga investiram 168,99 milhões de euros em 270 reforços, o que se traduz na segunda janela de transferências mais avultada de sempre - só ultrapassada pelos 212,26 milhões da época anterior (344 reforços). Até 31 de Agosto, porém, estes valores vão ser actualizados. Mas até agora, como quase sempre, o saldo entre compras e vendas é positivo.

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