Contadores de histórias populares: os “ladrões” que congelam o tempo

Os contos populares resistiram ao passar dos séculos. Há contadores profissionais que não os deixam morrer. São histórias “de liberdade, de revolução, de insubmissão”. Mais “urgentes” do que nunca.

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Contar histórias para que o mundo não mude a nossa humanidade Carolina Pescada, Andreia Friaças
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“Gostava de começar por contar uma história do princípio do mundo, do princípio antes de haver princípio”, convida Ana Sofia, sentada junto a um piano, numa das salas da Associação Renovar a Mouraria, em Lisboa. Temos casa cheia: as pessoas sentam-se nas cadeiras, ajeitam-se no chão. Os olhos arregalados, à escuta. Todas as atenções estão viradas para Ana. Ouvimos a História de Maria Bailarina, a mulher que trazia consigo o romper da Primavera e lhe nascia uma gana que não se sabe de onde vinha. Só queria dançar; a toda a hora, em todos os lugares. E já se sabe que, quando uma mulher quer muito uma coisa, o mundo estremece de medo.

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