Com “Parkinson, TOC e alcoolismo”, Lars von Trier está à procura de nova namorada

O realizador dinamarquês publicou um vídeo no Instagram onde diz estar à procura de uma “nova namorada ou musa”, já que ainda fará alguns “filmes decentes”.

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Lars von Trier em 2011, no Festival de Cannes YVES HERMAN
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“Tenho 67 anos, doença de Parkinson, transtorno obsessivo-compulsivo e, por agora, alcoolismo controlado”, anuncia, em jeito de declaração de interesses, o realizador dinamarquês Lars von Trier, que está à procura de “nova namorada ou uma musa”. Quem o disse foi o próprio, através de um vídeo publicado nas redes sociais, onde promete não estar a fazer “publicidade enganosa” e garante que ainda tem “filmes decentes” para fazer.

“Isto é para ser um anúncio de namoro à antiga, sabendo eu muito pouco de redes sociais”, diz, com humor, no anúncio, escrito pela sua própria mão trémula e onde surge a falar em dinamarquês. O realizador de filmes como Dancer in the Dark ou Melancholia anunciou, no ano passado, que tinha sido diagnosticado com Parkinson, que causa dificuldades na marcha, equilíbrio e coordenação. Por agora, está a habituar-se a viver com os tremores.

Mas isso, assegura, não o vai impedir de ainda ser, “com a companhia certa, um companheiro encantador". Quem se quiser candidatar pode fazê-lo por e-mail, para o endereço indicado pelo próprio ─ bill.mrk.lars@gmail.com. Lars von Trier não revela quaisquer requisitos para a nova namorada e ainda agradece “a paciência infinita”.

Quem “vencer” o concurso vai ter a oportunidade de acompanhar o realizador em mais filmes, uma vez que o próprio confessou que é a filmar que se sente melhor. “Receio que, em algum momento, vão ter de sofrer com mais um filme meu”, disse no ano passado, pouco tempo depois de a produtora Zentropa ter anunciado o seu diagnóstico.

Desde então, tem aparecido poucas vezes em público e, quando o faz, é por videoconferência. No vídeo do anúncio de namoro surge visivelmente mais magro do que o habitual e já com ligeiros tremores. No passado, esteve internado num hospital psiquiátrico não só para tratar o alcoolismo, mas também a ansiedade e comportamento obsessivo.

Mas nem a doença o impede de continuar a ser polémico, como sempre foi com a sua obra. Em 2011, foi expulso do Festival de Cannes, por reiterar afirmações pró-nazismo. Então, numa apresentação do filme Melancholia, protagonizado por Kirsten Dunst e Charlotte Gainsbourg, disse: “Entendo Hitler.” Acabaria por retractar-se, justificando o momento com o consumo excessivo de álcool e drogas; foi autorizado a regressar a Cannes em 2018.

Outros trabalhos do realizador incluem filmes sexualmente explícitos como Anticristo​, de 2009, Ninfomaníaca (Parte 1 e Vol. 2)​, de 2013, ou o delirante Ondas de Paixão (Grande Prémio do Júri em Cannes, 1996). Seguir-se-ão, espera-se, outras obras cinematográficas ao lado da nova musa inspiradora de Lars von Trier.

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