De líder em líder, a Volta a Portugal prossegue com Stüssi de amarelo

Suíço da Vorarlberg levou a melhor no sprint final da 7.ª etapa, no Larouco, e baralhou (ainda mais) as contas da corrida.

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Coli Stussi saltou para a liderança da Volta LUSA/NUNO VEIGA
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Um dia em cheio. Ou “nas nuvens”, como descreveu o próprio Colin Stüssi, suíço de 30 anos que surpreendeu toda a concorrência com um duplo feito na serra do Larouco: não só conquistou a 7.ª etapa, como é agora o novo líder da Volta a Portugal 2023. E o sexto na presente edição.

“É uma sensação fantástica. Estou um bocado sem palavras. Se calhar, preciso de uns minutos, de umas horas para perceber o que aconteceu. Estou tão feliz e agradecido à equipa”, descreveu o vencedor, depois da tirada.

Não é caso para menos: numa etapa que ganhou verdadeiro interesse por alturas do ataque final ao Larouco, montanha com 1503 metros de altitude, o suíço da Vorarlberg mostrou predicados no sprint. Levou a melhor sobre Luis Angel Mate (Euskaltel), António Carvalho (ABTF Betão) e Henrique Casimiro (Efapel) e destronou, assim, o russo Artyom Nych (Glassdrive) da liderança da geral individual.

Numa 7.ª etapa que começou em Torre de Moncorvo, para além da liderança houve um pressing de César Fonte (RP-Boavista) em Vila Flor, para dilatar a vantagem entre os trepadores, reforçando a camisola azul na passagem pela 1.ª categoria de Torneiros. No braço-de-ferro das metas volantes, Leangel Linarez (Tavfer) destacou-se, aproximando-se de Daniel Babor (Caja Rural) na classificação por pontos.

"KO" para Delio Fernández

Mas foi lá na frente que a corrida aqueceu, com Stüssi a empurrar Artyom Nych — que cedeu a três quilómetros da meta — para a segunda posição, a 28 segundos de distância, surgindo agora Luis Angel Mate a 34, no terceiro posto. Claramente afastado da luta pela vitória na prova ficou o experiente Delio Fernández (Tavira-Farense), de 37 anos, que havia vencido na Torre, ao gastar mais 12 minutos do que o camisola amarela na chegada a Montalegre.

A três etapas do desfecho da Volta, as contas estão muito longe de estar fechadas. De resto, a 84.ª edição da corrida tem surpreendido pela alternância que tem promovido na frente, com a camisola amarela a coleccionar já seis protagonistas: além de Stüssi, comandaram a corrida o russo Artyom Nych, o venezuelano Leangel Linarez, o espanhol Delio Fernández e os portugueses Rafael Reis e João Matias.

“A Volta a Portugal é uma corrida dura. Na verdade, não acabou até ter acabado. Temos um momento mau, um momento de azar e a corrida pode potencialmente acabar. Neste momento, quero apenas pensar em correr dia a dia”, enquadrou o suíço de 30 anos, com um currículo bastante discreto, que somou nesta quinta-feira a quarta vitória (e a mais importante, de resto) da carreira.

Na sexta-feira, o calendário da Volta prevê uma saída de Boticas (por volta das 13h40) rumo a Fafe, ao longo de 146,7 quilómetros, naquele que será o dia mais curto desta edição — com direito a um troço de terra batida habitual do Rali de Portugal, o segmento da Casa do Penedo. No fundo, será uma espécie de “compensação” ao pelotão pelo esforço acrescido realizado na subida à serra do Larouco e uma trégua antes da sempre exigente (e talvez decisiva) escalada até à Senhora da Graça.

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