Manchester City conquista Supertaça Europeia nos penáltis
Sevilha esteve em vantagem, mas voltou a perder uma final, a sexta em sete, com Gudelj a atirar à barra.
O Manchester City conquistou esta quarta-feira a Supertaça Europeia, impondo-se (5-4) no desempate por penáltis após um empate (1-1) nos 90 minutos da final com o Sevilha, no Pireu, na Grécia. Gudelj foi o único a falhar, com um remate à barra, entregando ao City o troféu que o Sevilha falhou pela sexta vez em sete finais.
Sem Bernardo Silva e Kevin de Bruyne, Pep Guardiola concedeu a Cole Palmer poderes para desbloquear o bloco do Sevilha, um clássico de que o técnico dos andaluzes, Mendilibar, não abdicou para poder estabelecer os princípios de jogo antes de armar o ataque.
Ciente de que a irreverência do jovem inglês formado no clube não seria suficiente para criar os desequilíbrios indispensáveis, o treinador do Manchester City pensou numa solução que dependia muito da forma como a equipa controlasse o jogo, com Manuel Akanji a formar dupla de centrais com Nathan Aké, mas a explorar, sempre que possível, o espaço criado no meio-campo.
A estreia do central Gvardiol como lateral esquerdo constituía a grande surpresa, permitindo, simultaneamente, dar profundidade no corredor de Grealish e proteger as costas de Aké sempre que Akanji se aventurava no meio-campo ofensivo.
Infelizmente para os “citizens”, a previsibilidade do seu jogo e a prontidão e astúcia do Sevilha criaram um espartilho de que só num rasgo individual o City poderia libertar-se. Esse momento surgiu cedo, num cruzamento de Palmer para Aké cabecear e obrigar Bono a defesa providencial. O guarda-redes marroquino ainda ofereceu a Gvardiol a possibilidade de brilhar na estreia a titular pelo City, mas o croata, com a baliza desguarnecida, falhou o remate de primeira.
De resto, nem Haaland, nem Grealish, nem Foden pareciam suficientemente inspirados, acabando o Sevilha por soltar-se e surpreender os campeões europeus com um golo aos 25 minutos: o marroquino Youssef En-Nesyri, “carrasco” de Portugal nos quartos-de-final do Mundial do Qatar, aproveitava, assim, para se mostrar mais uma vez ao planeta futebol. O avançado impôs-se aos defesas Aké e Gvardiol para marcar, de cabeça, um golo nascido de um passe de risco de Bono, a obliterar o meio campo inglês antes de chegar a Marcos Acuña, para o cruzamento fatal.
Ederson determinante
A segunda parte exigia outra resposta dos ingleses, que não evitaram uma série de calafrios resolvidos pelo guarda-redes Ederson. Primeiro num mergulho corajoso aos pés de En-Nesyri, logo nos momentos iniciais. Ocampos e En-Nesyri ameaçavam, mas o jogo estava prestes a mudar graças à tal aposta de Guardiola no jovem Palmer. O empate surgiu aos 63 minutos, também de cabeça, após cruzamento do espanhol Rodri Hernández para a entrada do extremo, que bateu Bono e deu novo fôlego aos ingleses. Fôlego que teve de ser suspenso por breves instantes, com En-Nesyri a perder novo duelo com Ederson volvidos apenas dois minutos.
José Luis Mendilibar não se deixava iludir e começava a preparar a equipa para um braço-de-ferro que poderia acabar nos penáltis. Pep Guardiola também não se precipitou, operando a primeira substituição a cinco minutos dos 90, com Julián Álvarez a render Palmer.
A final caminhava para um desempate que Nathan Aké tentou evitar aos 90 minutos, mas que Bono boicotou com defesa de recurso. No recurso à marcação de penáltis, as equipas foram quase perfeitas, mas Gudelj foi atraído pelo ferro da baliza de Ederson e o Sevilha perdeu.