PCP diz que incêndios resultam de “opções políticas” e exige apoios rápidos a Odemira

“Os incêndios não são obra do acaso”, afirma Paulo Raimundo. O secretário-geral do PCP critica ainda a demora na entrega de apoios prometidos pelo Governo à população afectada pelas chamas em Odemira.

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Paulo Raimundo prestou "solidariedade às populações do concelho de Odemira" LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Numa "sardinhada convívio" organizada pela direcção da organização regional de Beja do PCP, este domingo, o secretário-geral do partido solidarizou-se com as vítimas do fogo de Odemira e defendeu a necessidade de os apoios prometidos pelo Governo chegarem rapidamente às populações.

Ao falar na Mina de São Domingos, em Beja, Paulo Raimundo criticou as políticas que têm sido adoptadas. "Ano após ano, continuamos a assistir ao resultado de políticas erradas, nomeadamente no ordenamento do território e na política da floresta", começou por dizer. E continuou: "Os incêndios não são obra do acaso, mas sim resultado de opções políticas, da falta de investimento na floresta, no mundo rural, na prevenção e na protecção civil."

Paulo Raimundo aproveitou a ocasião para prestar "solidariedade às populações do concelho de Odemira" e a todos aqueles que combateram o incêndio, lamentando que se volte a repetir a visita de ministros e secretários de Estado ao local, com promessas de apoios. "Cada um que lá vai faz uma promessa nova", criticou o secretário-geral, acrescentando ser necessário que os apoios prometidos "rapidamente cheguem às populações, aos agricultores e àqueles que querem pôr a terra a trabalhar".

Também este domingo, a ministra da Coesão Territorial revelou que o levantamento dos prejuízos causados pelo incêndio de Odemira vai ser feito até 12 de Setembro, enquanto o Governo decide os apoios a conceder. "É o tempo de fazer o levantamento rigoroso dos prejuízos e irmos recebendo alguma informação e planeando" os apoios, afirmou a ministra Ana Abrunhosa, em declarações aos jornalistas em São Miguel, na freguesia de São Teotónio, Odemira.

Houve ainda espaço para Raimundo criticar a oposição, que chumbou as propostas sobre políticas fiscais apresentadas pelo PCP. O partido tem exigido ao Governo medidas para enfrentar o aumento do custo de vida.

A oposição tinha "uma oportunidade para aliviar os impostos sobre os trabalhadores e o povo” e de "pôr a banca a suportar, com os seus lucros, o aumento insuportável das taxas de juro no crédito à habitação", mas “votaram contra todas e cada uma das medidas", criticou Paulo Raimundo. "Na hora da verdade lá estão ao lado dos grupos económicos e ao lado da banca", concluiu.

Depois de Beja, o secretário-geral do PCP ruma ao Algarve. Na terça-feira estará em Lagos, Silves e, por fim, terá um jantar-comício em Faro.