Luís Montenegro pede “sobressalto” para que jovens não emigrem

“Continuamos a investir muito do nosso capital a qualificar as pessoas para as darmos depois de bandeja a outras geografias e comunidades”, criticou o líder dos sociais-democratas.

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Luís Montenegro, líder do PSD, numa iniciativa realizada este sábado em Albufeira LUSA/Luís Forra
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No encontro com as comunidades portuguesas do PSD, e aproveitando o Dia Internacional da Juventude assinalado neste sábado, o presidente do PSD acusou o conjunto do país de estar a falhar aos jovens. Luís Montenegro defendeu ser necessário um “sobressalto” para que os mais novos não procurem emigrar após terminarem a sua formação no ensino superior.

“Estamos a falhar, o país está a falhar”, reconheceu o líder do PSD, em Albufeira. E continuou: “O país precisa mesmo de um sobressalto cívico, político, empresarial. Temos de conseguir absorver no nosso mercado de trabalho estes milhares e milhares de jovens que todos os anos saem das nossas universidades, dos nossos institutos politécnicos e colocá-los ao serviço do crescimento do país."

Marcando presença no encontro das comunidades portuguesas do PSD, Luís Montenegro aproveitou para abordar o problema da emigração jovem: “O meu sonho é que vocês [jovens] venham outra vez viver, em permanência, em Portugal. E que possam reencontrar neste território a qualidade de vida que querem e procuram.”

O social-democrata realçou o facto de, todos os anos, muitos jovens – “muitos deles licenciados” – oferecerem “a sua capacidade de trabalho e qualificação a outros países”. “Continuamos a investir muito do nosso capital a qualificar as pessoas para as darmos depois de bandeja a outras geografias e comunidades”, apontou.

Mas além do investimento, o mais preocupante “é perdermos as pessoas”. Como é que Portugal, “um país que tem uma curva demográfica altamente problemática, um país na iminência de vir a perder 15% da sua população nos próximos anos, perde 200 mil pessoas da sua comunidade com qualificação superior e capacidade de alavancar a criação de riqueza e inovação”, questionou o líder do maior partido da oposição, citando um estudo recente.

Pedindo desculpa por aproveitar este encontro com os emigrantes para se focar, em particular, nos jovens, o líder social-democrata justificou-se com o facto de este ser um tema que preocupa todos. Até porque “há uma coisa que sabemos: se não fosse por necessidade, nenhum de vós tinha saído de Portugal”, considerou.

Além de Montenegro, também o primeiro-ministro e o Presidente da República assinalaram este sábado o dia internacional da juventude. Marcelo Rebelo de Sousa destacou "o papel transformador e mobilizador dos jovens", António Costa prometeu continuar a trabalhar para que estes realizem as suas ambições.

"Reactivar" o PSD

Montenegro não só quer que os recém-licenciados se mantenham em Portugal, quer também assegurar qualidade de vida a quem emigrou. Para isso é necessário “impulsionar a participação cívica e política dos nossos emigrantes”, defendeu. É preciso que estes se envolvam nas decisões políticas do país de onde partem, motivo pelo qual o PSD defende a implementação do voto electrónico.

O partido tem defendido também que o voto por correspondência deve ser “alargado às eleições europeias e presidenciais”. Mas “o PS tem estado sempre contra” porque quer “ter comunidades afuniladas; encurtadas, para ver se as controla melhor”, acusou Montenegro.

A dois dias da festa que marca a rentrée política do partido, Luís Montenegro aproveitou ainda para deixar um apelo a todos os que o ouviam, seja para a militância seja para colaborarem com o PSD: “Têm de trazer mais gente para o partido. Claro que também acolhemos aqueles que não se querem filiar. Mas tragam pessoas.”

“É preciso reactivar o partido… Estamos aqui para relançar o partido como uma grande força motora de transformação deste país”, conquistando todos: “Cá dentro e lá fora.”

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