“Incompatibilidades políticas” levam PAN a substituir cabeça de lista às eleições na Madeira

Mónica Freitas será a nova cabeça de lista do PAN às eleições regionais da Madeira. Irá assim substituir Joaquim Sousa, que diz ter sido afastado por não aceitar ser controlado.

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As eleições regionais na Madeira estão marcadas para 24 de Setembro Nuno Ferreira Santos
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A pouco mais de um mês para as eleições regionais da Madeira, o PAN escolheu um novo cabeça de lista. Mónica Freitas é agora a aposta do partido, substituindo Joaquim Sousa. O madeirense diz que foi afastado por não aceitar ser controlado pela líder do partido, Inês Sousa Real.

O anúncio da substituição foi feito pelo Pessoas-Animais-Natureza, esta sexta-feira, em comunicado. A assistente social que vai substituir Joaquim Sousa “traz consigo uma sólida experiência de trabalho em causas sociais, ambientais e de bem-estar animal”, escreve o partido.

O PAN decidiu substituir o cabeça de lista inicialmente anunciado em Julho devido a uma “incompatibilidade entre o candidato e a direcção regional do partido”, lê-se no comunicado.

Ao PÚBLICO o partido acrescenta que “as incompatibilidades foram apenas políticas e de diferenças entre o nosso ideário e do antigo candidato, ocorridas no âmbito da comissão política regional”.

Todavia, Joaquim Sousa vai mais além e acusa a líder do partido de querer "controlar tudo e todos". "Inês Sousa Real sabia que eu não seria um capacho nas suas mãos e sabia que lhe poderia fazer sombra na liderança nacional”, afirma, acrescentando que “há incompatibilidade com Inês Sousa Real”, diz ao PÚBLICO.

Segundo Joaquim Sousa, tudo começou quando confrontou Inês Sousa Real ao “não aceitar alterar a lista que a assembleia de militantes do PAN na Madeira tinha definido". E acrescenta que a intenção da líder do partido era "mexer em alguns dos primeiros elementos que surgiam na lista", algo com que discordou imediatamente.

Além disto, diz, houve ainda outro factor: recusou-se a "ler, na cerimónia de apresentação pública da lista, o discurso que o gabinete de imprensa de Inês Sousa Real tinha escrito.”

O madeirense diz que foi "substituído pela expectativa de dois jovens, que queriam ir para o Parlamento regional", referindo-se a Mónica Freitas e a Marco Gonçalves, nomeado mandatário da campanha.

Isto porque, segundo conta Joaquim Sousa, Marco Gonçalves enviou uma acta em nome da comissão política regional (CPR) a pedir a intervenção da comissão nacional (CPN) devido a incompatibilidades internas. A acta, afirma, foi "assinada por ele apenas” e originou, posteriormente, a escolha de um novo candidato.

Aqui surge outra contradição: Joaquim Sousa, presidente da comissão regional, afirma que Marco Gonçalves enviou a acta à CPN sem a sua autorização. Mas o PAN diz ao PÚBLICO que foi levado à CPN um “requerimento de ambas as partes em dissidência ao nível regional”.

Inicialmente, avançou o Expresso esta sexta-feira, o PAN e o Livre estudaram a hipótese de formar uma coligação. No entanto, as opiniões de Inês de Sousa Real e Rui Tavares chocaram, deitando a hipótese por terra.

A líder do PAN queria que o cabeça de lista fosse um dos membros do partido. Mas o Livre queria antes um “forte elemento da sociedade civil”, independente. “Pretendíamos que não fosse apenas uma candidatura estritamente de acordo entre partidos”, disse Rui Tavares ao jornal.

Notícia actualizada às 21h09 com declarações de Joaquim Sousa e PAN.

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