Para quem tem muito fluxo, os discos menstruais podem ser melhores do que pensos e tampões

Estudo comparou a absorção de 21 produtos e reportou que o disco é o que consegue conter mais sangue. Mas quem tem muito fluxo deve ir ao médico, não apenas mudar de produto, avisam os investigadores.

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Discos menstruais são mais eficazes para quem tem muito fluxo LeviaZ
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Se tens muito fluxo menstrual e já te questionaste sobre a melhor opção a usar durante o período, este estudo tem as respostas. Spoiler: é o disco menstrual.

Um grupo de investigadores testou, em laboratório, a capacidade máxima de absorção de produtos menstruais — entre tampões, pensos, copos, discos e cuecas menstruais —, usando glóbulos vermelhos embalados fora de prazo (e que, por isso, já não podiam ser usados para cuidados clínicos). As capacidades máximas de absorção foram registadas e, posteriormente, comparadas.

Dos 21 produtos testados, foi um disco menstrual (concretamente da marca Ziggy) que armazenou a maior quantidade de sangue: 80 ml. Os discos menstruais (semelhantes aos copos menstruais, mas em forma de tigela, inserem-se na vagina e ficam debaixo do cérvix, contendo o sangue) foram, em média, as opções que se provaram mais absorventes: 61 ml.

Os tampões, pensos e copos menstruais obtiveram resultados semelhantes: conseguem absorver entre 20 e 50 ml. As cuecas menstruais foram as que se mostraram menos eficazes, absorvendo menos de 3 ml. Para termo de comparação, normalmente a quantidade de sangue perdido durante a menstruação ronda os 60 ml.

Os investigadores verificaram também que há uma discrepância entre o que os produtos dizem absorver e o que efectivamente absorvem. Geralmente, não são tão eficazes como dizem ser.

Além destas conclusões, o estudo Red blood cell capacity of modern menstrual products: considerations for assessing heavy menstrual bleeding, publicado na BMJ Sexual & Reproductive Health, dá luz a outra questão: pode ajudar os médicos a descobrirem problemas relacionados com fluxo menstrual excessivo. Actualmente, com excepção dos tampões, não há regulamentação em relação aos rótulos, o que dificulta a escolha, porque não é possível saber qual produto é mais absorvente.

“Uma vez que não conseguimos medir directamente a absorção de sangue menstrual, os glóbulos vermelhos embalados que usamos permitem-nos ter uma maior aproximação à viscosidade do sangue do que o soro fisiológico” ou a água, que é normalmente usada nestes testes, explica Bethany Samuelson Bannow, uma das autoras do estudo, citada pelo Guardian.

Para Bannow, ainda que a investigação demonstre qual a opção mais prática para pessoas com muito fluxo, o ideal seria que “pessoas com muita perda de sangue fossem ao médico e tentassem perceber o que pode ser feito para reduzir o fluxo, em vez de simplesmente escolherem um produto mais conveniente”.

O excesso de perda de sangue durante o período pode criar risco de anemia ou indicar outros problemas. Por isso, também para os médicos é relevante haver informação sobre a capacidade dos absorventes. Paul Blumenthal, professor emérito de obstetrícia e ginecologia na Universidade de Stanford, na Califórnia, aponta: “Posso perguntar a uma paciente ‘como é o seu período?’ e ela pode responder ‘encho um penso a cada duas horas’, mas eu não tenho necessariamente tempo para perguntar se é um dos grandes ou dos normais, ou de que marca é. Às vezes estamos a agir numa base muito subjectiva.”

“Quando vais a uma loja comprar molho picante, há medidas standard para avaliar o quão picante o produto é”, refere Blumenthal. “As pessoas que menstruam podem tomar decisões diferentes se forem informadas de antemão qual a capacidade do produto.”

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