Coreia do Norte defende na ONU o seu direito “legítimo” de usar armas nucleares

Pyongyang acusa os EUA de decidirem unilateralmente sobre a posse daquele tipo de armamento e garante que “nunca será uma ameaça” para quem “respeitar a sua soberania e interesses”.

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Alegado ensaio de um míssil intercontinental norte-coreano, em Julho EPA/KCNA
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A missão permanente da Coreia do Norte nas Nações Unidas criticou, na sexta-feira, as “forças vassalas” que rejeitam o reforço da dissuasão nuclear” do país “para autodefesa”, e defendeu que o que está em causa é um “exercício justo da sua soberania para evitar a eclosão de uma guerra nuclear”, noticiou este sábado a agência estatal norte-coreana KCNA.

“Os signatários do TNP [Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares] não devem questionar a Coreia do Norte pelo seu exercício legítimo de soberania, uma vez que esta se retirou legalmente do TNP há 20 anos”, manifestou Pyongyang, num comunicado enviado ao gabinete da ONU em Viena e a várias organizações internacionais com sede na capital austríaca.

O Governo da Coreia do Norte justifica a sua posição argumentando que o referido reforço permitiria “defender a soberania nacional e a integridade territorial e controlar e gerir a situação da península da Coreia de forma estável, face à [situação de] segurança instável na região, causada pela ameaça nuclear dos Estados Unidos e dos seus aliados”.

Nesse sentido, a missão criticou os EUA por terem armas nucleares e por “darem prioridade de forma unilateral” aos seus “próprios interesses de segurança”, procurando “deter imediatamente os movimentos de partilha de energia nuclear” ou “reforçar a dissuasão alargada a Estados não nucleares, minando a base do sistema internacional de não-proliferação”.

“A força nuclear [da Coreia do Norte] nunca será uma ameaça aos países que respeitem a sua soberania e interesses securitários”, afiançou a representação norte-coreana na ONU.

O país de Kim Jong-un é alvo de sanções económicas, há vários anos, aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU, por causa do desenvolvimento do seu programa nuclear. Em pelo menos oito dos cerca de 100 ensaios balísticos que realizou ao longo do último ano, recorreu a mísseis intercontinentais com alegada capacidade para transportar ogivas nucleares.

EUA, Coreia do Sul e Japão suspeitam que a Coreia do Norte se esteja a preparar para realizar um ensaio nuclear pela primeira vez de 2017, e assistiram com desconfiança redobrada à recente visita do ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, e de um membro de topo do Politburo chinês a Pyongyang, tendo-se deixado fotografar ao lado do míssil intercontinental do modelo Hwasong.

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