Mundial feminino: FIFA abre investigação a “gesto impróprio” na selecção da Zâmbia

Seleccionador Bruce Mwape estará no centro do inquérito. Federação de Futebol da Zâmbia garante que não recebeu qualquer queixa.

Foto
Jogadoras da Zâmbia após o triunfo sobre a Costa Rica EPA/HOW HWEE YOUNG

A FIFA abriu uma investigação a um "gesto impróprio" envolvendo a selecção da Zâmbia, durante o Mundial feminino de futebol, anunciou nesta sexta-feira o órgão que rege o futebol mundial, prometendo severas sanções caso esses factos sejam comprovados.

Segundo vários meios de comunicação social, essas investigações dizem respeito ao seleccionador da Zâmbia, Bruce Mwape, que terá apalpado o peito de uma jogadora antes da partida frente à Costa Rica, mas a FIFA não adiantou detalhes.

"Podemos confirmar que uma reclamação foi recebida sobre a selecção feminina da Zâmbia e isso está a ser investigado", refere a FIFA, reforçando que qualquer acusação de agressão é sempre tratada com o máximo sigilo possível.

O organismo que tutela o futebol a nível mundial referiu que leva "muito a sério qualquer acusação de comportamento impróprio" e tem "um procedimento claro para que todos o denunciem".

A Federação de Futebol da Zâmbia (FAZ) afirmou que não recebeu qualquer reclamação por parte das jogadoras ou dirigentes da selecção que viajou para o Mundial e que ficou surpreendida com os alegados comportamentos atribuídos ao treinador.

A Polícia da Nova Zelândia, país onde a selecção da Zâmbia esteve durante o Mundial, disse não ter recebido nenhuma queixa, mas que foi informada de um suposto incidente e que, após uma investigação inicial, nenhuma outra acção foi tomada.

O seleccionador Bruce Mwape já esteve envolvido em acusações de agressão sexual no futebol feminino na Zâmbia, tendo, na altura, a FAZ referido que, apesar de considerar estas acusações "muito graves", nunca houve qualquer denúncia oficial.

Bruce Mwape, de 63 anos, nomeado seleccionador da Zâmbia em 2018, foi repetidamente questionado sobre as acusações de assédio sexual durante o Mundial, que classificou como "rumores" e rotulou de "falsas".

A FIFA endureceu no início do ano os procedimentos disciplinares em casos de agressão ou assédio sexual, removendo do regulamento a limitação de 10 anos para os processos e incluindo a obrigação de as associações e confederações membro denunciarem os casos.