Instituto da Vinha e do Vinho prevê aumento global de 8% na produção de vinho este ano

Como avançou o PÚBLICO na última semana, a produção de vinho em Portugal deverá aumentar, 8% este ano, com “12 regiões a apresentar acréscimos” face a 2022, confirma agora a tutela.

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As vindimas já começaram em vários pontos do país. Nesta foto, vemos uvas do produtor Herdade do Rocim, na zona da Vidigueira, para vinho de talha Nuno Ferreira Santos
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Já se sabia, até porque as vindimas já arrancaram, nomeadamente a Sul, no Algarve, que a produção de vinho este ano em Portugal seria (será) superior à registada em 2022. Genericamente falando, o país está a ter um bom ano vitícola (surreal de tão bom, face ao que se passa na bacia do Mediterrâneo), o que em parte se deve ao anticiclone dos Açores, que protegeu o país das ondas de calor que sufocaram o Sul da Europa. Conhecida no fim-de-semana, a previsão de colheita do Instituto da Vinha e do Vinho vem confirmar esse aumento.

O IVV faz uma "estimativa de aumento de 8% na produção de vinho face à campanha anterior (2022/2023) com 12 regiões a apresentar acréscimos". Depois da "auscultação feita às entidades regionais", o IVV informa, em comunicado, antever "um volume na ordem dos 7,4 milhões de hectolitros, o que corresponderá a um aumento de 12% em relação à média das 5 últimas campanhas".

"As regiões do Douro (+10%) e de Lisboa (+10%), são as que apresentam maiores subidas em volume relativamente à última campanha, com aumentos superiores a 100 mil hectolitros", refere a mesma nota de imprensa. O Dão, que não tinha ainda uma previsão na altura em que saiu a reportagem do PÚBLICO, "não prevê variação na produção" (esperando um volume de 279.000 hectolitros), enquanto a região da Madeira aponta para um ligeiro decréscimo (-1%, 38.000 hectolitros) face à campanha anterior.

Para além do Douro e de Lisboa, que prevêem volumes de 1,6 milhões de hectolitros e 1,3 milhões de hectolitros, as outras duas regiões que mais vinho produzem, Alentejo e Região dos Vinhos Verdes, deverão aumentar a sua produção em 5%, a primeira para quase 1,2 milhões de hectolitros e a segunda para 1 milhão de hectolitros.

Tejo aponta para um crescimento de 10%, para 755.000 hectolitros. Igual aumento espera a Península de Setúbal (+10%), para 550.000 hectolitros. Beira Interior (+15%, para 232.000 hectolitros), Bairrada (+10% para 222.000 hectolitros), Trás-os-Montes (+15%, para 95.000 hectolitros), Távora-Varosa (+10%, para 53.000 hectolitros), Algarve (+5%, para 17.000 hectolitros) e Açores (+165%, para 12.000 hectolitros) esperam igualmente acréscimos. No caso do arquipélago açoriano, um aumento brutal, embora não tanto como tinham adiantado ao Terroir há uma semana os responsáveis da Comissão Vitivinícola Regional.

O aumento de produção nos Açores deve-se, por um lado, ao facto de o ponto de partida ser baixo — das 14 regiões vitivinícolas portuguesas, é a que produz menos volume — e, por outro, ao facto de os últimos três anos vitícolas terem sido pura e simplesmente maus na região, com sucessivos decréscimos de produção e uma tempestade, de nome Lola, a assolar as ilhas em 2021.

O comunicado do IVV vem confirmar outro dado: à data, e "no geral, as uvas apresentam um bom estado fitossanitário, permitindo, portanto, antever uma produção de boa qualidade, sujeita obviamente às condições climáticas que se verificarem até à vindima".

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