Hospitais de campanha, 124 equipas de socorro, centros de saúde reforçados: o plano de saúde da JMJ

Haverá 17 postos médicos com suporte avançado de vida no Parque Tejo, Parque Eduardo VII, Terreiro do Paço e Algés. Autoridades recomendam o contacto com o SNS 24 antes de ida ao hospital.

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A maior concentração de peregrinos durante a JMJ é esperada para o Parque Tejo, em Lisboa e Loures MATILDE FIESCHI
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Serão dias intensos, de calor, de muitas caminhadas e milhares de pessoas reunidas em Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), por isso está montado um dispositivo para prestar rapidamente cuidados de saúde aos participantes que deles necessitem nos principais locais de dormida e de eventos.

No Parque Tejo, haverá dois hospitais de campanha montados (um do lado de Lisboa e outro em Loures), que terão capacidade para atender diariamente 100 peregrinos e que funcionarão nos últimos dois dias da Jornada Mundial da Juventude – que coincidem com a vigília e a missa final celebradas pelo Papa Francisco naquele local e para onde estão previstos cerca de um milhão de peregrinos.

Além destes dois hospitais de campanha, está previsto mais um para o Parque Eduardo VII e outro em Fátima, que contarão com valências para a admissão e triagem dos doentes, uma área de ambulatório, uma sala de emergência e outra de pequena cirurgia, ortopedia e raios X, bem como uma área de decisão clínica e um espaço de descanso para os profissionais. Terão capacidade para atender 100 pessoas por dia e terão ainda o apoio de ambulâncias.

O serviço destes hospitais será coordenado pelo INEM, que conta no seu dispositivo com bombeiros, Cruz Vermelha Portuguesa e Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil.

Na sexta-feira, em entrevista à agência Lusa, o médico António Marques, que preside à Comissão de Gestão do Plano do Ministério da Saúde para a JMJ, adiantou que haverá ainda 17 postos médicos com suporte avançado de vida — mais sete do que os inicialmente previstos —, instalados no Parque Tejo, Parque Eduardo VII, Terreiro do Paço e Algés, que contarão com elementos dos bombeiros e da Cruz Vermelha.

Pela cidade, haverá ainda 124 equipas para prestar suporte básico de vida, assim como 76 postos de socorro, onde estarão voluntários da JMJ, entre os quais profissionais da saúde.

Hospitais preparados

Apesar de as situações mais prováveis para esta altura do ano serem as insolações, desidratações, problemas gastrointestinais e pequenos traumas, como entorses, está também prevista uma resposta para casos de maior gravidade clínica. Os centros hospitalares de Lisboa Norte (que inclui o Santa Maria), Lisboa Central (São José) e Ocidental (São Francisco Xavier), em Lisboa, e os de Coimbra, de Santo António e de São João, no Porto, serão as unidades hospitalares de referência.

De acordo com António Marques, estes centros hospitalares testaram e actualizaram os seus planos de emergência para o caso de existir algum incidente de maior dimensão, que envolva várias vítimas. Também o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, reviu os seus planos de resposta, uma vez que parte do Parque Tejo, onde se espera a maior concentração de pessoas nestes dias, se localiza já neste concelho.

A JMJ vai arrancar em plena greve dos médicos, marcada já para os dias 1 e 2 de Agosto. Ainda assim, os hospitais de Lisboa dizem estar preparados para o evento, tendo, em alguns casos, reservado algumas camas e colocado médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde de prevenção no caso de uma maior afluência. Foram até feitos simulacros para testar a capacidade de resposta das unidades hospitalares.

Para aliviar a carga sobre os hospitais, haverá também 59 centros de saúde com horários alargados. No sábado, 5 de Agosto, dia em que haverá peregrinação até ao Parque Tejo para a vigília com o Papa Francisco, estarão abertos 225 centros de saúde. No domingo, estarão 190, no dia em que será ali celebrada a missa pelo Santo Padre, adiantou também António Marques à Lusa.

É ainda recomendado o contacto com o SNS 24 (808 24 24 24) antes de qualquer deslocação ao hospital ou ao centro de saúde. Para tal, está previsto o reforço da linha, assim como o atendimento em inglês e em castelhano.

A Câmara de Lisboa também adaptou o edifício dos Serviços Sociais​ do município, na zona das Olaias, para prestar alguns serviços de saúde como “complemento” ao que está previsto no plano de saúde do Governo. Estarão a trabalhar 25 profissionais de saúde, entre os quais sete médicos e quatro enfermeiros, dedicados à “Via Verde Saúde JMJ 2023”, das 14h às 24h, de 1 a 6 de Agosto.

Os participantes na JMJ poderão deslocar-se ali se se sentirem mal, se forem referenciados pelo INEM ou encaminhados pelos próprios centros de saúde. O espaço terá capacidade para que ali sejam feitas análises clínicas e electrocardiogramas e incluirá uma sala com quatro camas preparadas com oxigenoterapia, soro hospitalar, equipamentos de monitorização de sinais vitais e serviços de imagiologia, para fazer radiografias, ecografias ou TAC.

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