MAI garante que intervenção de Bordalo II “não se trata de falha de segurança”

Esta quinta-feira, o artista plástico entrou no Parque Tejo para protestar contra o dinheiro investido na JMJ. Bordalo II desenrolou um tapete com várias notas de 500 euros.

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A intervenção recebeu o nome de Walk of Shame ("Caminhada da Vergonha, em português) BORDALO II (INSTAGRAM)
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O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, disse esta sexta-feira que a entrada do artista plástico português Bordalo II no Parque Tejo não representa qualquer falha na segurança.

"Não se trata de nenhuma falha de segurança. É muito importante não confundir", afirmou, acrescentando que é necessário que se veicule uma informação "rigorosa"sobre os eventos.

José Luís Carneiro disse ainda que o local continua a ser frequentado por várias pessoas, incluindo os trabalhadores encarregues das obras no local. "A informação que tenho do Sistema de Segurança Interna é a de que ainda estão a decorrer obras no local, os vários empreiteiros encontram-se a prestar os serviços", explicou.

O ministro referiu que a entidade responsável pelo local é a Câmara Municipal de Lisboa, acrescentando que ainda não foram implementadas medidas de segurança no Parque Tejo.

"A segurança privada é quem garante o apoio aos trabalhos em curso", dizendo que ainda durante esta sexta-feira há "centenas de cidadãos a circularem junto ao Tejo - até que as medidas de segurança sejam impostas, quando as obras terminarem".

O presidente da Câmara de Lisboa negou que haja falta de segurança no palco-altar no Parque Tejo e defendeu que jovens como Bordalo II têm “toda a liberdade artística”. “Os protagonistas destas jornadas são jovens, os jovens que acreditam, os jovens que não acreditam, os jovens que são religiosos, os jovens que têm diferentes religiões e tudo isso faz parte da Jornada e, portanto, ali, por exemplo, […] é de um artista que todos gostamos, portanto faz parte também da participação das Jornadas que todos sejam ouvidos”, afirmou Carlos Moedas.

“Não tínhamos ali um ato que estava numa iminência de fazer ou de destruir o palco […]. Vamos apurar exactamente o que é que aconteceu. Não me parece que isso seja grave. Aquilo que nós estamos aqui a fazer não tem nada a ver com isso, porque essa segurança é uma segurança que o Estado assegura, através da Polícia de Segurança Pública”, apontou.

Numa nota enviada aos media, o Secretário-Geral do Sistema de Segurança Interna (SSI) refere que "o espaço ainda não é considerado um espaço público, sendo responsabilidade do empreiteiro da obra, bem como da empresa contratada para o serviço de segurança". A mesma fonte dá conta de que o plano de segurança só entrará em vigor assim que as obras estiverem concluídas. Os recintos da JMJ serão, posteriormente, revistados pela PSP e só serão abertos "após confirmação de que reúnem as necessárias condições de segurança".

O artista entrou no Parque Tejo e, como forma de intervenção, desenrolou um tapete com várias notas de 500 euros para criticar o dinheiro investido no evento, num momento em que vários portugueses enfrentam dificuldades económicas. Bordalo II partilhou esta quinta-feira no Instagram a intervenção, que designou como Walk of Shame ("Caminhada da Vergonha, em português).

"Num estado laico, num momento em que muitas pessoas lutam para manter as suas casas, o seu trabalho e a sua dignidade, decide investir-se milhões do dinheiro público para patrocinar a tour da multinacional italiana. Habemus Pasta", escreveu o artista na publicação no Instagram.

A Jornada Mundial da Juventude, que se realiza entre 1 e 6 de Agosto em Lisboa, terá um custo de pelo menos 161 milhões de euros, de acordo com a informação que tem sido divulgada pelas instituições envolvidas.