Odemira quer agir judicialmente para acabar com alojamentos temporários ilegais
O presidente da Câmara de Odemira denunciou a “concorrência desleal e ilegal” das empresas agrícolas que continuam sem legalizar os alojamentos nas explorações agrícolas.
A Câmara de Odemira, no distrito de Beja, vai agir judicialmente contra as empresas agrícolas que insistem em manter alojamentos temporários ilegais neste território, apesar da legislação criada para melhorar as condições dos trabalhadores sazonais nas campanhas agrícolas.
Segundo o presidente do município, Hélder Guerreiro, desde o início do processo de legalização dos alojamentos nas explorações agrícolas já foram aprovadas 18 Instalações de Alojamento Temporário Amovíveis (IATA), "mas há algumas que ainda estão ilegais no território".
"O Governo, a Câmara e todas as entidades, [entre elas] o Parque Natural [do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina], fizeram um esforço extraordinário para encontrar uma legislação para essas soluções de alojamento para trabalhadores temporários", afirmou.
No entanto, e apesar de existirem empresas que também fizeram "um esforço extraordinário de investimento" para a instalação das IATAS nas suas explorações agrícolas, outras "nem sequer fizeram esse investimento", explicou.
Para o autarca, as empresas que "não se quiseram legalizar" estão "a fazer concorrência completamente desleal e ilegal".
"A senhora ministra [da Agricultura] já sabe disso, o senhor secretário de Estado sabe disso e nós já afirmamos várias vezes, na reunião regular que temos no grupo de projecto do Mira, que vamos agir judicialmente nesse aspecto", revelou.
De acordo com Hélder Guerreiro, que falava aos jornalistas na Feira das Actividades Culturais e Económicas do concelho de Odemira, o investimento em IATAS para cerca de 150 trabalhadores representa um investimento acima de um milhão de euros.
Por isso, defendeu, "as empresas que fizeram o seu investimento merecem que exista da parte do Estado e da autarquia uma salvaguarda para os investimentos" efectuados.
Questionado sobre o recurso à via judicial para acabar com os alojamentos temporários ilegais, o socialista Hélder Guerreiro assegurou que o município vai exigir a demolição daquilo que está construído.
"Não quiseram legalizar, não se legalizaram e algumas delas, que nem sequer estão em condições, face à lei, de estar nesse sítio, têm de lá sair" frisou o autarca, dando o exemplo de uma exploração na freguesia de Zambujeira do Mar, "um caso claro e inequívoco" de ilegalidade.
A instalação dos alojamentos temporários nas explorações agrícolas é uma das medidas previstas numa resolução do Conselho de Ministros e nos acordos assinados entre o Governo, as empresas agrícolas e a Câmara Municipal de Odemira para resolver a questão da habitação dos trabalhadores sazonais.