Mercado de São Sebastião vai encerrar, mas o seu futuro é ainda uma incógnita

Actual edifício deve ser demolido. Câmara Municipal do Porto definiu valores compensatórios para comerciantes que ainda ali se mantêm com bancas. Espaço fecha mal pagamento seja feito.

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Rui Moreira descarta a hipótese de reabilitar o mercado. Solução pode passar por demolir o edifício Paulo Pimenta
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Depois de avanços e recuos, da passagem para a União de Freguesias do Centro Histórico e da devolução à Câmara Municipal do Porto (CMP), o Mercado de São Sebastião vai fechar portas ainda sem que se saiba o futuro daquele espaço. A autarquia ainda não sabe que destino dará ao edifício de betão, mas o presidente da CMP, Rui Moreira, descarta a hipótese de o reabilitar.

A indemnização das comerciantes que ainda mantêm banca no espaço era uma condição para que estas aceitassem sair, algo que ficou fechado na reunião de executivo privada realizada nesta segunda-feira, em que foram votados e aprovados os valores compensatórios.

As comerciantes recebem entre 6000 e 10 mil euros, num total de 44 mil euros. Não há data fixada para o encerramento, mas deverá acontecer mal o pagamento seja feito aos comerciantes, referiu fonte da autarquia ao PÚBLICO.

Agora, a solução para o edifício pode passar pela demolição do mercado da Sé, disse Rui Moreira, no final da reunião. Naquela área do centro histórico poderá nascer um outro mercado com condições que este não tem ou ser criado “um espaço público de fruição” numa zona da cidade onde escasseiam manchas verdes, aventou Rui Moreira, aos jornalistas, no final da reunião.

O actual edifício tem problemas de origem e apresentava “grande desconforto e insalubridade”, problemas que decorrem da construção do complexo. Nesta fase, o importante era resolver o problema das lojistas, disse, acrescentando que, com a indemnização, “fica salvaguardado” o interesse das pessoas que trabalham no espaço municipal que vai encerrar.

O vereador da CMP com o pelouro das Actividades Económicas, Ricardo Valente, disse, no início de Junho, que o mercado de São Sebastião fecharia portas até ao final do mês. Não aconteceu e, sem as indemnizações atribuídas, as comerciantes não arredaram pé.

Este é o culminar de um processo com anos. A União de Freguesias do Centro Histórico propôs-se a recuperar o mercado por 75 mil euros, que seriam transferidos pelo município em 2019. A obra, que tinha sido anunciada pela primeira vez em 2014, nunca chegou a concretizar-se.

O desfecho do processo merece críticas de toda a oposição. A vereadora do PS, Maria João Castro, considerou que “a câmara esteve mal” e apontou que, quando fechou o acordo com a junta, “era possível haver um mercado naquele espaço”. Ficou por saber que futuro terá o mercado de São Sebastião, pergunta levantada pelo Bloco de Esquerda, que acabou por não respondida. O vereador do BE, Sérgio Aires, considera que aquele “tem de ser um espaço público”.

Já o PSD, pela voz de Alberto Machado, refere que agora é preciso “encontrar um programa que possa ir ao encontro da vivência que se faz naquela zona da cidade”. Independentemente do futuro, considerou Vítor Vieira, pela CDU, foi o “desinvestimento” da CMP na “manutenção e melhoria daquele espaço” que foi “afastando clientes e vendedores.

“Este foi um caso de não conseguimento”, reconheceu Rui Moreira, sobre o processo de requalificação. Sobre a devolução do montante por parte da União de Freguesias, Rui Moreira não se mostrou muito preocupado. “Não há-de faltar forma de resolver o assunto”, afirmou.

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