Palcos da semana: em transe ou com o pé no chão, um mundo de experiências

Sines a escutar Músicas do Mundo, Lisboa com ares de Jazz em Agosto, um festival de Andanças no Alqueva, The Comedy Wildlife em exposição e arte In Loco.

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Lila Downs entra no caldeirão do Festival de Músicas do Mundo de Sines DR
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Os Trance Map + de Evan Parker fazem parte do alinhamento do 39.º Jazz em Agosto Peter Gannushskin
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Andanças: ir ao Alqueva e dançar por mais DR
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Um macaco a pensar na vida ou The Comedy Wildlife Txema Garcia Laseca
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A artista Catarina Mourão integra o primeiro lote de peças In Loco DR
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Em Sines, um mundo de sons e tons

Sonoridades de latitudes diversas, que dão corpo à bitola de “representatividade geográfica, estética e cultural”, voltam a embarcar no FMM - Festival de Músicas do Mundo de Sines para mais uma viagem norteada pela Música com Espírito de Aventura.

Este ano com o carimbo de Melhor Programa Cultural arrecadado nos últimos Iberian Festival Awards, o cartaz espalha a sua magia por meio de 42 concertos, protagonizados por músicos de 27 países. Num caldeirão com forte expressão da música de África, cabem também bandeiras do Brasil, Espanha, Jamaica, Coreia do Sul, México, Paquistão, Reino Unido e Venezuela, entre outras.

Tinariwen, Lila Downs, Chico César, Inna de Yard, The Selecter, Nneka, Carminho, África Negra, Ghorwane e Os Tubarões são apenas alguns dos anfitriões desta 23.ª edição, que se complementa com conversas, oficinas, uma exposição e uma feira do livro e do disco.

Jazz em transe

Com notas de referência por conta de 38 edições sintonizadas com cartazes tão luxuosos como abrangentes, o Jazz em Agosto torna a dar o tom à tradição estival lisboeta.

No ano em que se comemora o centenário do nascimento de Madalena de Azeredo Perdigão, responsável pela criação do festival, e fazendo jus à cartilha de origem, o evento deixa-se guiar pelos novos territórios do jazz e estímulos de um “universo em permanente expansão”, que muito vai beber à “enorme riqueza rítmica africana”.

É nesta escala e no transe como espaço de transcendência que ecoa, por exemplo, no gnawa marroquino e noutras expressões da África Ocidental, que assenta o cartaz desta 39.ª edição.

A servir o manifesto estão nomes como Eve Risser’s Red Desert Orchestra, Natural Information Society, Mary Halvorson, Gard Nilssen’s Supersonic Orchestra ou os Trance Map + de Evan Parker.

​Da vida selvagem, com humor

Macacos a conduzir, a pensar na vida ou dados a cantorias, uma tartaruga maldisposta, um peixe sorridente, um esquilo super-herói… Estes são alguns dos retratos à vista na exposição The Comedy Wildlife, apresentada pela Terra Esplêndida e pelo Comedy Wildlife Photography Awards, em parceria com o Centro Português de Fotografia.

Com cerca de centena e meia de fotografias, a mostra pretende não só mostrar os encantos da vida selvagem, mas também dar a conhecer a biodiversidade do nosso planeta e apelar à conservação e à protecção das espécies.

Uma ideia pedagógica concebida para captar a imagem e a mensagem da melhor forma: com um sorriso nos lábios.

Ir e dançar por mais

Era uma vez uma aldeia global onde reinava o legado dos bailes populares e das danças tradicionais, portuguesas e do mundo, e as gentes de dentro e de fora se alimentavam da partilha de saberes e culturas.

O postal volta a tomar conta da aldeia de Campinho, junto ao Alqueva, cortesia da Associação PédeXumbo, que ali desfia mais uma edição (a terceira em terras de Monsaraz) do festival Andanças.

Com a música e a dança a regular as energias ao longo dos quatro dias – e sempre com o devido respeito pelo ritmo alentejano, distribuindo oficinas e bailes pelas manhãs e finais de tarde, para que as horas da sesta debaixo do chaparro não sejam comprometidas –, o programa inclui ainda performances, arruadas, conversas, oficinas para todas as idades, um mercado de artesanato e tasquinhas.

Num evento onde “o palco é para toda a gente” e entram passos que vão das “Chamarritas ao Bollywood”, há também passeios de barco, percursos pedestres por Monsaraz e visitas ao Observatório do Lago Alqueva e à destilaria Gin Sharish.

No princípio era a pedra

Pelas mãos da Terceira Pessoa, estrutura dedicada às artes performativas, uma iniciativa focada em experiências In Loco à distância de um click.

A ideia foi lançada a 23 artistas, desafiados a criar 52 obras virtuais site specific, em 29 concelhos do território nacional.

Com a palavra pedra como fio condutor dos trabalhos, sempre relacionados com o lugar que ocupam, podem já ver-se as peças de Catarina Mourão, Diogo Martins, Os Espacialistas, Isabel Costa, Nuno Leão, Óscar Silva, Patrícia Magalhães, Rui Dias e Susana Mendes Silva.

O acesso é feito pela plataforma inloco.art, com as respectivas coordenadas de GPS, recolhidas no lugar onde nasceu cada obra. “Uma experiência que é ao mesmo tempo física e virtual”, atesta a organizadora, e que a cada semana vai crescendo e amealhando arte pelos caminhos de Portugal.

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