Fartos de fezes nas ruas, cidade francesa vai fazer testes de ADN aos cães

Um teste de saliva e um passaporte genético podem deixar a cidade de Béziers mais limpa. Actualmente, são encontradas mais de 1000 fezes por mês nas ruas do centro.

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Fezes caninas são um problema em Béziers Josh Hild/Pexels
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Uma análise à saliva e um passaporte animal vão permitir identificar os cães da cidade francesa Béziers. A ideia é descobrir a que animais pertencem as fezes encontradas nos passeios e, assim, multar os donos para que a cidade fique mais limpa.

O projecto-piloto começa com uma recolha de amostras de saliva para criar um passaporte genético. Os donos têm de levar os cães ao veterinário (podem procurar o veterinário municipal) para dar início à identificação. Depois, as autoridades locais vão analisar as fezes encontradas na rua e passar a informação à polícia para notificar os infractores.

Há multas para quem não cumprir a lei: quem passear o cão sem o passaporte arrisca-se, desde logo, a uma multa de 38 euros e os tutores dos animais cujas fezes forem encontradas na rua podem ter de pagar 122 euros.

A limpeza das ruas é um problema desta cidade do sul de França. Todos os meses são apanhadas mais de mil fezes nas ruas mais centrais de Béziers. “Temos de punir as pessoas para que se comportem melhor”, defende o Presidente da Câmara, Robert Ménard, em declarações à rádio France Bleu e citado pelo The Guardian.

O autarca explicou ainda que a medida é direccionada especialmente aos cerca de 69 mil habitantes de Béziers e não aos turistas. Para quem está de passagem, haverá “uma certa liberdade”, ou seja, não terão de testar os animais, mas mantém-se a obrigatoriedade de recolha das fezes durante os passeios. “Os estrangeiros não são o problema, são os próprios locais que não estão a limpar”, expôs o autarca.

O custo estimado deste projecto-piloto é de 50 mil euros por ano, sendo que está previsto ficar em vigor até Julho de 2025. No total, deverá rondar os 100 mil euros.

A criação dos passaportes caninos foi uma medida aprovada pelo parlamento municipal de Béziers no início do ano, sem oposição. Em 2016, o autarca tinha apresentado um outro plano com o mesmo objectivo que previa a recolha do ADN de cerca de 1500 animais residentes no centro da cidade, mas foi rejeitado. A administração local considerou que podia ser um ataque à liberdade individual dos donos.

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