O Ódio: 30 anos de fatalismo black-blanc-beur

Este filme persegue Mathieu Kassovitz. Regresso aos anos 90, quando se teorizou o “cinema de banlieue”. De que há ainda pérolas a descobrir: Ma 6-T va Crack-er, de Jean-François Richet.

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Numa noite de Maio de 1995, no Bouillon de Culture, programa da TV francesa, Bernard Pivot atirou à queima-roupa a um rapaz de 28 anos, boné com a folha da cannabis estampada: “É um filme contra a polícia?” No dia seguinte, na estreia mundial de La Haine/O Ódio no Festival de Cannes, a polícia que fazia a guarda de honra à red carpet virava as costas, em sinal de protesto, a esse jovem realizador, Mathieu Kassovitz, e à sua equipa. O filme valer-lhe-ia o prémio de Melhor Realização num palmarés marcado pela guerra (Underground, de Kusturica, Palma de Ouro) e pela sida (N’Oublie pas que Tu Vas Mourrir, de Xavier Beauvois, Prémio do Júri). E não mais o largaria até hoje, três décadas depois, como uma maldição.

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