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Nesta “Casa Libre” o interior prolonga-se até ao exterior algarvio
A casa, construída com betão e madeira, flui a partir de um pátio com uma alfarrobeira, um dos símbolos do Algarve.
Em plena baía de Lagos, no Algarve, a Casa Libre ocupa 416 metros quadrados de paisagem, mas, para lá dos envidraçados, “consegue perceber-se o exterior a invadir o interior e o interior a projectar-se lá para fora”, descreve ao P3 Mário Martins, o arquitecto que assina o projecto para habitação permanente.
A ideia para esta construção foi “criar uma peça arquitectónica assente na raiz do local”, que se desenvolvesse “em torno de um ponto central”. Assim, é a partir de um pátio, com uma grande alfarrobeira, um dos símbolos do Algarve, que todas as divisões vão fluindo. Este espaço exterior “dá alguma privacidade” aos quatro quartos e “filtra a luz, define a intensidade luminosa” dessas divisões.
Há outros elementos que ganham destaque nesta construção. Uma pala construída em betão aparente acompanha todo o edifício e termina na parte exterior da casa, orientada a sul. De traços leves e elegantes, a pala espelha “a vontade de ter a casa a projectar-se para o jardim”. Jardim esse que também vive na cobertura, ajudando o edifício a fundir-se com a envolvente algarvia.
A piscina, com 30 metros de comprimento, chama a atenção sem se impor sobre os outros elementos e acompanha toda a frente da casa. Para Mário Martins “é quase como um magma que solidifica e emerge no jardim”, com a água que parece cair sobre os quatro lados da construção e integrar-se no espaço verde que a rodeia.
A arquitectura e a escultura estão de mãos dadas e ajudam a criar “uma rigidez geométrica” com “elegância”. Há até um detalhe histórico: a entrada faz-se por uma porta composta por dois painéis enormes, construída com madeira cavada de pipas de vinho do Porto.
Predominam o betão aparente e a madeira, “materiais naturais que não são fabricados, apenas transformados”, assinatura comum do ateliê de Mário Martins.